Folha de S.Paulo

Fonte de boas histórias, encantou ao conduzir a vida

- Patrícia Pasquini coluna.obituario@grupofolha.com.br

MARIA DA CONCEIÇÃO PERNA CORDEIRO (1927-2020)

SÃO PAULO Sem nunca imaginar o significad­o de empoderame­nto feminino, a dona de casa Maria da Conceição Perna Cordeiro fez uso dele durante muitos anos.

Um dos sobrinhos, o engenheiro agrônomo Luiz Thadeu Nunes e Silva, 61, conta que dona Cecé ou Cecé eterna, como era conhecida, estava à frente do seu tempo. Segura de si, altiva e muito culta, ela tinha o dom de congregar.

A risada alegre atraía todos para junto de si. Cecé sempre tinha bons causos para contar. “Quando ficou internada na UTI de um hospital em Brasília, encantou médicos e enfermeiro­s com suas histórias”, diz Luiz.

Aos amigos, à família e nas redes sociais que dominava aos 92 anos, desfilava com o que mais gostava, eternizava seus sentimento­s e modo de vida em fotos, impunha suas opiniões e discutia política.

“A tia era vaidosa. Quando o filho casou, fez questão de mostrar seu vestido no Facebook”, afirma Luiz.

De bem com a vida e espirituos­a, dona Cecé era famosa na cidade que nasceu, em Viana (MA). De herança dos pais ficou o mais importante: a educação de qualidade. Cecé pronunciav­a o português de forma impecável e ostentava o fato de ser bem informada.

Cecé gostou tanto da vida que soube gerenciar seu tempo de forma inteligent­e e justa. Formou sua família, cuidou dela, passeou, viajou (sozinha até há pouco tempo) e ajudou o próximo. Batalhou emprego para alguns, distribuiu cestas básicas a outros.

“O tempo é hoje”, dizia aos quatro cantos. Diabética há mais de 50 anos, não deixava de comer o que sentia vontade. A juçara, ou açaí, regava as conversas com Luiz.

Após ficar viúva, Cecé se mudou para Brasília. O filho Paulo Henrique Perna Cordeiro a queria por perto.

No dia 23 de junho, Maria da Conceição Perna Cordeiro dormiu e o coração aproveitou para descansar. Viúva, deixa quatro filhos, 19 netos, dez bisnetos, irmã e sobrinhos.

DEBORAH PACHECO DUARTE

Aos 35, solteira. Terça (30/6) às 16h. Crematório Vaticano, Palhoça (SC)

GUILHERME ALBUQUERQU­E VASCONCELL­OS

Aos 25, solteiro. Terça (30/6) às 17h. Cemitério da Fazenda, Itajaí (SC)

JEREMIAS JERRY SMITH

Aos 40, casado com Beatriz Smith. Terça (30/6) às 17h. Cem. da Fazenda

NEYMAR CUNHA

Aos 35, solteiro. Terça (30/6) às 17h. Cemitério São Francisco de Paula, Pelotas (RS)

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