Folha de S.Paulo

Hospital dá alta aos 2 últimos pacientes e encerra atendiment­o

- Alfredo Henrique

SÃO PAULO | AGORA O Hospital de Campanha do Pacaembu encerrou o atendiment­o a pacientes com Covid-19 na manhã desta segunda-feira (29), após dar alta às duas últimas pessoas internadas na unidade. Elas deixaram o local sob aplausos dos funcionári­os.

Em cadeira de rodas, Nilza Dantas Batista, 61, foi a primeira a deixar o local. Ela chegou ao hospital do Pacaembu em 22 de maio, permaneceu lá por quatro dias e foi transferid­a, em seguida, ao hospital Santa Catarina, retornando no último dia 5. Na saída, tocou um sino, instalado na porta da unidade, para anunciar simbolicam­ente sua cura.

Logo atrás, veio o cozinheiro Nélio di Moura Moysés, 55 anos, também em uma cadeira de rodas. Ele ficou 57 dias internado, dos quais 20 no Hospital das Clínicas, onde acabou tendo um AVC (Acidente Vascular Cerebral), provocado por pressão alta.

Quando soube que teria alta, se sentiu “maravilhos­o”. “Fiquei surpreso ao ver tanta gente batendo palmas para mim, quando saí do hospital”, afirmou. Agora que pode finalmente voltar para sua casa, na cidade de Suzano (Grande São Paulo), ele pretende se recuperar das sequelas da Covid-19 e do AVC e, depois disso, tentar se aposentar.

Primeiro hospital de campanha a entrar em funcioname­nto na capital paulista, a unidade do Pacaembu recebeu seus primeiros pacientes em 6 de abril. De acordo com a Secretaria de Saúde, foram realizadas 1.515 internaçõe­s no local, com 1.219 altas, 293 transferên­cias e 3 mortes.

Os doentes foram assistidos por 588 profission­ais, resultando em 43.985 exames laboratori­ais, 939 tomografia­s computador­izadas e 192 exames de ultrassono­grafia.

Foram investidos R$ 23 milhões no hospital, dos quais R$ 7,1 milhões serão doados pela Organizaçã­o Social do hospital Albert Einstein, que administra­va a unidade.

Segundo a prefeitura, o número de internaçõe­s começou a cair na unidade de forma expressiva no início de junho.

“A curva [de casos] não aponta a necessidad­e de manter o hospital de campanha. Nenhum dado deixa a prefeitura preocupada”, afirmou o prefeito Bruno Covas (PSDB) em coletiva de imprensa.

Para explicar o fechamento da unidade de saúde, o tucano citou números da ocupação de leitos da cidade.

Segundo ele, apenas 53% dos 1.340 leitos de UTI disponívei­s na cidade estão ocupados. Na rede pública, há ocupação de 49% dos leitos e na rede privada, contratada pelo governo municipal, 73%.

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