Folha de S.Paulo

“Queremos ajudar quem está ao nosso redor”

Depoimento de Francisco Chagas, 30 anos, desossador da Friboi em Vilhena (RO)

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“Trabalho como desossador na unidade da Friboi de Vilhena, em Rondônia, e, desde a chegada da Covid-19 ao Brasil, a empresa tem dado todo o suporte para evitar os riscos de contaminaç­ão, reforçando medidas de higiene, uso de equipament­os de segurança, entre outras coisas. Desse jeito, a gente se cuida e garante que não haja desabastec­imento neste momento tão difícil que estamos enfrentand­o.

Mas, além dos cuidados com a nossa segurança e com a produção dos alimentos, começamos a nos preocupar muito com o que estava acontecend­o em nossa comunidade. Muita gente ficou sem trabalho, famílias passando necessidad­e…

Aqui na unidade temos um grupo chamado Crescendo com a Gente, no qual os funcionári­os mais velhos viram padri“Eu nhos dos que estão começando. No caso de qualquer dificuldad­e, mesmo que não tenha a ver com o trabalho, a pessoa pode procurar o padrinho para um conselho, uma ajuda.

Fizemos algumas reuniões desse grupo e trocamos uma ideia sobre ampliar a atuação dele para ajudar quem está ao nosso redor fora da unidade. Foi uma mobilizaçã­o grande e conseguimo­s arrecadar mais de uma tonelada e meia de alimentos. A JBS soube da iniciativa e acabou também doando a mesma quantidade. No final, foram mais de três toneladas.

Fizemos uma espécie de pesquisa para descobrir as pessoas que mais estavam precisando, que não tinham como garantir alimentos para suas famílias.

Eu fui criado na roça e acho que isso acabou influencia­ndo muito a forma como eu vejo a importânci­a de ajudar os outros nos momentos difíceis. Mas notei que, com essa pandemia, muito mais gente tem demonstrad­o interesse em colaborar.

Além das doações, também estamos empenhados em convencer as outras pessoas a se protegerem, a entenderem os cuidados necessário­s para evitar a contaminaç­ão. Aqui na empresa eles reforçam a necessidad­e de levarmos tudo o que aprendemos sobre prevenção a nossos amigos e parentes.

Não podemos nos aglomerar e só devemos sair de casa em caso de necessidad­e. Eu mesmo, quando chego em casa, deixo o sapato do lado de fora e só falo com minha família depois de um bom banho.

Se todo mundo fizer a sua parte, logo venceremos essa pandemia.”

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