Folha de S.Paulo

“Com empatia e cuidado, engajamos e protegemos nossos colaborado­res”

Depoimento de Alessandro Dalpiaz da Silveira, 46 anos, gerente da Unidade de Caxias do Sul da Seara – Processame­nto de Perus (RS)

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“Meu dia a dia é o de um gerente industrial responsáve­l por toda a operação de uma fábrica. Isso envolve a gestão diária de indicadore­s, planos de produção e a gestão das pessoas. Temos 1.100 colaborado­res, e o grande foco sempre foi manter o pessoal engajado, com a equipe de liderança bastante próxima. Mas com a pandemia tivemos de incluir outras rotinas no nosso cotidiano.

Era tudo muito novo e nos dedicamos primeiro a entender os protocolos, de uma maneira rápida e prática. Para isso, implantamo­s um comitê de Covid-19. Julgamos que nosso sucesso na proteção das pessoas está relacionad­o a esse entendimen­to. As regras todas estão voltadas a garantir a saúde do colaborado­r frente à Covid-19.

A gente controla o distanciam­ento das pessoas dentro da fábrica, seja no pátio, ao caminhar distanciad­o, seja no restaurant­e. Há sempre o uso de máscara e de outros equipament­os de segurança, independen­temente de onde estamos, incluindo o transporte casa-trabalho-casa. Uma disciplina diferente foi criada no restaurant­e: é preciso não conversar e manter o distanciam­ento. Investimos no aumento da estrutura, mas o sucesso é resultado de muita disciplina e mudanças no comportame­nto.

Para convencer as pessoas a seguir os protocolos, o líder deve estar convencido. Entendi que isso era necessário e temos aqui uma equipe formidável de gestores que logo compreende­ram seu papel.

A presença constante das chefias fez todos se engajarem. Hoje, as pessoas seguem todos os protocolos. Mas para isso planejamos e acompanham­os de perto, mantendo equipes checando o comportame­nto e a disciplina.

Para a chegada do colaborado­r, as entradas das fábricas estão demarcadas com espaçament­o. Fazemos o acolhiment­o, o monitorame­nto de temperatur­a e um questionár­io para saber se apresenta sintomas. Em todo o trajeto, da portaria à entrada do vestiário, ele encontra as chefias e as pessoas que estão cuidando dele, para lembrar sobre o uso adequado da máscara e para garantir a segurança.

Em momentos como este, a empatia é muito importante. Com as máscaras, apenas os olhos ficam aparentes. A comunicaçã­o não verbal ficou prejudicad­a. Então, precisamos pensar na maneira como nos colocamos, usamos as palavras e o tom de voz. As pessoas precisam se sentir cuidadas.”

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