Folha de S.Paulo

“Transporta­r ajuda a quem precisa é minha forma de contribuir”

Depoimento de Alexandre Luis Marques, 52 anos, motorista de caminhão câmara fria da JBS Transporta­dora, em Limeira (SP)

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“Trabalho há mais de 20 anos com caminhão. Com a pandemia, a rotina mudou completame­nte. Tivemos muito treinament­o na empresa, para melhorar a higienizaç­ão do caminhão, usar álcool em gel e máscara para me proteger e ao próximo. A preocupaçã­o ficou em dobro. Tenho uma caixa de cozinha no caminhão, com geladeira, e, quando não estou nas unidades da JBS, muitas vezes procuro fazer a minha comida.

Fui chamado para fazer parte de uma equipe que entrega doações, fazendo o bem para quem precisa, nesta hora tão difícil. Existem muitas pessoas desemprega­das pela pandemia, empresário­s também estão passando por dificuldad­es. O que cada um puder doar neste momento ajuda muitas famílias carentes

Nós temos um papel impor“A tante de pegar as cestas, carregar o caminhão e deixar no destino, para prefeitura­s e entidades sociais fazerem a distribuiç­ão. Estou emocionado por fazer com que essas doações cheguem a quem precisa. É minha forma de contribuir e sinto que estou fazendo algo importante.

Em todas as cidades que vou, as pessoas ficam muito contentes, recebem a gente de braços abertos. O descarrega­mento das doações é bonito, com todo mundo emocionado, porque todos sabem que é grande o que a empresa está fazendo.

Eu também fico feliz de poder ajudar os que estão mais necessitad­os, especialme­nte as crianças, porque elas estão afastadas da escola. Muitos pais e mães estão desemprega­dos, muitas lojas fecharam, mas, com a graça de Deus, há muita ajuda por todo o país.

Sou uma pessoa humilde, mas sempre que posso ajudar alguém eu ajudo. Minha família é grande. Sou pai de oito filhos, com cinco já formados e três menores. Sempre trabalhei, desde os 14 anos. Aos 7 anos já ajudava meu pai, que é hoje aposentado como motorista e trabalhou 25 anos com caminhão.

Fazer o bem sempre vai fazer bem para as pessoas que doam e recebem. Estou muito contente por ver as ações das empresas, mesmo com toda a dificuldad­e que estão passando, porque não é fácil. Elas estão ajudando com várias doações, como comida, máscaras, álcool em gel, capas de proteção para os enfermeiro­s.

Tenho fé em Deus e certeza de que a gente vai sair dessa epidemia e tudo vai voltar ao normal. Vamos conseguir vencer.”

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