Folha de S.Paulo

Imigrantes garantem renda com produção de máscaras para motoristas

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As máscaras distribuíd­as pela 99 ajudam a garantir a segurança dos motoristas e dos passageiro­s contra a Covid-19 e a movimentar uma rede de apoio a imigrantes.

Do total de máscaras distribuíd­as pelo aplicativo de mobilidade urbana no Brasil, 40% são produzidas por ONGs como o CAMI - Centro de Apoio e Pas

toral do Migrante.

Os imigrantes bolivianos Edwin Quispe, 38, e Marcos Villca, 28, trabalham em uma das oficinas de costura que entraram na parceria para produção das máscaras. “Esse trabalho veio num momento em que eu estava precisando muito. Com o início da quarentena, a oficina ficou parada dois meses. Estava devendo algumas contas e o cartão de crédito. Fiz 12 mil máscaras e o colega que trabalha comigo fez outras 12 mil”, diz Quispe, que na Bolívia trabalhava como auxiliar de enfermaria. Pai de quatro filhos, ele conta que aprendeu a costurar quando chegou ao Brasil, em 2005. “Aprendi

a fazer todo tipo de roupa”, diz.

Villca também começou a costurar quando chegou ao Brasil, há nove anos. Na Bolívia, trabalhava como carpinteir­o. “Estava muito difícil, mas graças a Deus apareceu esse serviço através do CAMI, da Pastoral do Imigrante. Foi um apoio muito importante porque tenho família, quatro filhos, e as contas não esperam”, diz Villca.

“Buscamos algumas oficinas para atingir a demanda da empresa e já entregamos cerca de 60 mil máscaras”, diz Victor Yamil Parraga, agente social facilitado­r e assessor do curso de empreended­orismo para oficina de costura do CAMI.

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