Folha de S.Paulo

‘Após Snowden’, EUA resgatam laços de inteligênc­ia com Brasil

- Nelson de Sá nelson.sa@grupofolha.com.br

A Associated Press noticiou a presença do presidente brasileiro na embaixada americana, para comemorar a data nacional dos EUA, com o título “Bolsonaro e outros evitam máscaras na celebração do 4 de Julho no Brasil”.

Entre “outros”, foram os generais-ministros Fernando Azevedo, Braga Netto e Luiz Ramos, além do almirante Flávio Rocha. Que lá celebraram com o coronel americano Lorenzo Harris, o adido militar.

Em Washington, o Examiner, principal veículo conservado­r na capital, concorrent­e do Politico, destacou no domingo “Exclusivo: Comando Sul reconstrói relação de inteligênc­ia com Brasil após danos de Snowden”, referência à espionagem de Dilma Rousseff e Petrobras pelos EUA.

A extensa reportagem, além das fontes anônimas, ouve o almirante Craig Faller, do Comando Sul das Forças Armadas dos EUA, responsáve­l pela América Latina, e o ex-agente da CIA David Shedd, hoje na Heritage Foundation.

“Reforçamos os processos de compartilh­amento de inteligênc­ia e nos beneficiam­os muito disso”, diz o almirante, acrescenta­ndo que “um general brasileiro vai se juntar ao Comando Sul, como ligação, pondo o Brasil no mesmo pé do parceiro mais próximo da América, a Colômbia”.

O ex-agente da CIA, “que jantou com Bolsonaro na visita a Washington”, descreve o brasileiro como “ansioso para fortalecer os laços com os EUA”.

‘war games’ O Indian Express revelou no domingo que o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, ligou para o chanceler indiano durante o conflito militar de fronteira com a China para oferecer

“apoio a Nova Déli”. A notícia ecoou no South China Morning Post, em meio a reportagen­s alarmadas de “jogos de guerra” marítimos da Índia com aliados americanos como Japão e Austrália.

não quer briga O mesmo SCMP especula se “o Paquistão está para entrar na briga”, do lado da China, mas acrescenta que Pequim não tem interesse no confronto. Até porque os principais índices de serviços e de indústria do país para junho, levantados pelo financeiro Caixin, acabam de mostrar “a maior expansão em uma década”, para serviços, e “a maior em seis meses”, para a indústria.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil