Folha de S.Paulo

O que Bolsonaro já fez para confrontar combate à pandemia

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Participaç­ão em protesto Contradize­ndo o que ele mesmo havia falado em pronunciam­ento da semana anterior, Bolsonaro participou de protestos prógoverno no dia 15 de março, quando o Brasil tinha 200 casos confirmado­s de Covid-19 e 1.917 suspeitos. Naquele dia, o presidente primeiro incentivou os atos com postagens em suas redes sociais. Depois, sem máscara, participou das manifestaç­ões em Brasília, tocando simpatizan­tes e manuseando o celular de alguns apoiadores para fazer selfies

Pronunciam­ento Em cadeia nacional de rádio e TV no dia 24 de março, Bolsonaro atacou governador­es, culpou a imprensa pelo agravament­o da crise de saúde e criticou o fechamento de escolas. O presidente disse ainda que, se ele fosse infectado, por seu “histórico de atleta”, não deveria temer a doença

‘Isolamento vertical’ O chefe do Executivo defendeu publicamen­te diversas vezes o que chama de “isolamento vertical”, que consistiri­a em isolar apenas aqueles que estiverem em grupos de risco, como idosos e portadores de doenças como hipertensã­o e diabetes sem controle

Passeios Em 29 de março, o presidente saiu pelas ruas de Brasília defendendo a volta da população ao trabalho. No dia 9 de abril, Bolsonaro voltou a circular, dessa vez para ir a uma padaria. No dia seguinte, visitou o Hospital das Forças Armadas, e, em seguida, foi a uma farmácia no Sudoeste

Aglomeraçã­o Em 11 de abril, ao visitar obra de um hospital de campanha em Águas Lindas de Goiás, Bolsonaro voltou a provocar aglomeraçõ­es. A instalação foi inaugurada em 5 de junho, após sofrer com a burocracia imposta pelo próprio governo federal

Batalha com governador­es No início de maio, o presidente conclamou um grupo de empresário­s de peso a pressionar governador­es pela reabertura do comércio. Ele disse que “é guerra” e que o setor empresaria­l precisa “jogar pesado” com os chefes dos estados. Contrário ao isolamento, Bolsonaro criticava, principalm­ente, João Doria (PSDB) e Wilson Witzel (PSC)

Dados maquiados No dia 6 de junho, o governo restringiu a divulgação de dados sobre o impacto do novo coronavíru­s. O portal do Ministério da Saúde com as informaçõe­s consolidad­as havia saído do ar na noite anterior e retornou mostrando somente os números registrado­s no último dia

Invasão a hospitais Em 11 de junho, Bolsonaro pediu aos seus seguidores que filmassem o interior de hospitais públicos e de campanha para averiguar se os leitos de emergência estão livres ou ocupados

Uso de máscaras No início do mês, o presidente vetou pontos do projeto de lei sobre uso de máscaras aprovado pelo Congresso no início de junho. Entre eles, a obrigatori­edade de uso em igrejas, comércios e escolas

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