Contágio
A notícia de que Jair Bolsonaro está com Covid-19 preocupou um grupo de donos e presidentes de algumas das maiores empresas do país. Eugênio Mattar (Localiza), Francisco Gomes (Embraer), Carlos Alberto de Oliveira (Caoa), Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Rubens Ometto (Cosan), Rubens Menin (MRV), Cândido Junior (Hapvida), Lorival Luz (BRF) e Fernando Queiroz (Minerva Foods) estiveram com o Bolsonaro na sexta (3). Paulo Skaf, presidente da Fiesp, os acompanhou.
FIQUE EM CASA
O presidente da BRF está seguindo protocolos estabelecidos pela companhia para todos os seus funcionários. A empresa afirma que ele não apresenta sintomas e mantém sua rotina normal de trabalho em casa.
DISTÂNCIA
Rubens Ometto disse que não se aproximou do presidente no encontro e usou máscara. Ele afirma que não sente medo da doença, tem seguido os protocolos e se submete aos testes com frequência. Repetiu a testagem nesta terça-feira (7).
PIMENTA
Procurado pela coluna logo após a divulgação do resultado do exame de Bolsonaro, o dono da Cosan recebeu a pergunta com humor. Antes de dizer que não teve contato físico com o presidente durante o almoço na sexta-feira, o empresário brincou que fizeram “sexo atrás do sofá”.
DIAGNÓSTICO
Mattar também passou por teste nesta terça. De acordo com a Localiza, ele está seguindo as medidas de distanciamento social e apresenta um quadro de saúde normal. Sem sintomas, ele manteve sua rotina de trabalho remotamente.
ANTICORPO
Com Cândido Junior, vice-presidente da Hapvida, foi diferente. Ele já havia contraído a Covid-19 no começo da pandemia. Segundo a companhia, ele fez quarentena na época e, depois do encontro com Bolsonaro, não apresenta sintomas gripais.
TERMÔMETRO
Francisco Gomes seguirá o protocolo de saúde da Embraer, que prevê quarentena para qualquer pessoa que teve contato com alguém contaminado.
AGENDA
Os empresários participaram do encontro em nome do Conselho Diálogo pelo Brasil, um grupo de 50 representantes de grandes companhias fundado por Skaf para discutir questões econômicas com autoridades de Brasília. O presidente da Fiesp segue isolado, até o resultado do exame molecular, que será feito entre quinta (9) e sexta (10).
AEROSSOL
Procurados pela coluna, MRV, Bradesco, Caoa e Minerva não comentam.
PISTA
As demissões de funcionários de terra e parte dos administrativos na Azul já eram esperadas há várias semanas, segundo quem permaneceu na empresa após os cortes realizados nos últimos dias. A avaliação é que a companhia, que fazia cerca de 900 voos por dia e hoje está em torno de 200, não seguraria os profissionais por muito tempo.
DESEMBARQUE
O próprio presidente da empresa, John Rodgerson, vinha dizendo que a Azul trabalharia para recontratar, mensagem que já era interpretada como um sinal de que cedo ou tarde haveria cortes. Procurada, a companhia não revela quantos funcionários foram demitidos. Segundo estimativas de trabalhadores, passam de mil.
FACA
Após serem autorizados a reabrir nesta segunda (6) em SP, 55% dos bares e restaurantes do estado estão trabalhando com menos de 60% do quadro de funcionários anterior à pandemia, diz a Abrasel-SP (associação do setor). Entre os que avaliam recontratar, 16% dizem que poderão ter o mesmo número de profissionais de antes da doença.
MOEDA
A demanda das empresas por crédito cresceu 12,3% em maio ante abril, segundo a Serasa Experian. É quase o dobro do valor registrado em março (6,8%). “A única linha para as empresas que cresceu em abril e maio na comparação com 2019 é de capital de giro. É procura por crédito emergencial”, diz Luiz Rabi, economista da Serasa.
BOLSO
A estimativa, segundo ele, é que o perfil da demanda por crédito comece a mudar nos próximos meses. “A partir de junho, julho deve ter uma procura por crédito mais ligada a essa retomada da economia do que à busca por desespero e necessidade de equilibrar as contas”, afirma Rabi.
TIJOLO
A JBS afirma que começou a construir sua nova fábrica de fertilizantes em Guaiçara (SP). A empresa investiu R$ 91 milhões na unidade, que terá 150 funcionários. A companhia diz que vai usar resíduos orgânicos gerados em suas outras fábricas para produzir os fertilizantes.