Folha de S.Paulo

Ex-assessor de Flávio passa a cumprir prisão em casa

- Ana Luiza Albuquerqu­e e Catia Seabra

rio de janeiro O policial militar aposentado Fabrício Queiroz deixou o Complexo Penitenciá­rio de Gericinó, no Rio de Janeiro, na noite desta sexta-feira (10), para cumprir prisão domiciliar. Ele irá para sua casa na Taquara, zona oeste da cidade.

O ex-assessor estava preso preventiva­mente desde o dia 18 de junho, no âmbito de investigaç­ão sobre a prática de “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj.

Na quinta (9), o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), João Otávio de Noronha,

atendeu pedido da defesa e concordou com a transferên­cia de Queiroz para a prisão domiciliar, com uso de tornozelei­ra eletrônica e restrição de comunicaçã­o.

O benefício foi estendido à mulher de Queiroz, Márcia Aguiar, que fugiu do mandado de prisão expedido contra ela. Segundo a defesa, Márcia, foragida há 20 dias, deve se apresentar neste sábado (11).

O Tribunal de Justiça do Rio recebeu nesta sexta ofício do STJ informando sobre a conversão da prisão preventiva de Queiroz e Márcia em domiciliar. O desembarga­dor Milton Fernandes de Souza, do Órgão Especial do tribunal, determinou o cumpriment­o da decisão do STJ.

Ao conceder o benefício, Noronha afirmou que, considerad­as as condições de saúde de Queiroz, o caso se enquadra em recomendaç­ão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que sugere o não recolhimen­to a presídio em face da pandemia do coronavíru­s.

Queiroz é investigad­o por participaç­ão em suposto esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativ­a do Rio, no gabinete do então deputado estadual e hoje senador Flávio Bolsonaro (Republican­os-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro. Queiroz é apontado pelo Ministério Público como operador do esquema.

A Justiça do Rio autorizou a prisão preventiva do PM aposentado porque entendeu que ele estaria atuando para orientar testemunha­s e ocultar provas e porque havia o risco de que tentasse fugir de uma eventual ordem de prisão.

A filha de Queiroz, Nathalia, também investigad­a, comemorou a decisão que permitiu a prisão domiciliar. “Estou indo te buscar, meu pai! E você vai ter o abraço de todos os seus filhos que estão cheios de saudades e sabem o homem incrível que você é!”, escreveu nas redes sociais.

Segundo a decisão de Noronha, o PM aposentado deverá indicar o endereço onde será cumprida a prisão domiciliar, “franqueand­o acesso antecipado à autoridade policial para aferir suas condições e retirada de toda e qualquer forma de contato exterior”.

Haverá ainda proibição de contato com terceiros, à exceção de familiares, profission­ais da saúde e advogados previament­e constituíd­os.

Queiroz estará impedido de sair sem prévia autorizaçã­o e não poderá manter contatos telefônico­s.

Seu advogado, Paulo Catta Preta, afirmou que ainda avalia recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) e pedir a soltura de seu cliente.

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Reprodução GloboNews O PM aposentado Fabrício Queiroz, de branco, deixa o Complexo Penitenciá­rio de Gericinó, no Rio, na noite desta sexta

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