Folha de S.Paulo

Contágio

- Camila Mattoso painel@grupofolha.com.br

A crise na Roquette Pinto, que administra a Cinemateca e a TV Escola, contamina agora a TV Ines, dedicada ao conteúdo para surdos, com verba do Ministério da Educação. A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, é defensora da inclusão dessa população. Cerca de 50 funcionári­os da TV não receberam o salário de julho e não há data para o pagamento. Com isso, a produção foi interrompi­da. O repasse federal, de menos de R$ 1 milhão, foi feito, mas a direção do órgão diz que foi retido pelo banco.

ANEXO A Roquette Pinto afirma que tem R$ 13 milhões a receber da secretaria especial da Cultura, pela gestão da Cinemateca, e que foi prejudicad­a pelo corte súbito do contrato do MEC com a TV Escola no fim do ano, por vontade de Abraham Weintraub. Foi levada a demitir funcionári­os, cujos empréstimo­s consignado­s estavam sem pagamento. Assim, o banco congelou a verba que entrou, diz a direção.

SOS A entidade informa que pediu para o Ines (Instituto Nacional de Educação de Surdos) antecipar a próxima parcela do pagamento, mas a liberação da verba depende da boa vontade do MEC, cujo novo ministro, Milton Ribeiro, ainda não sentou na cadeira.

RETORNO Sete meses após ser alvo de uma operação policial no Pará, a ONG Projeto Saúde e Alegria voltou a firmar parceria com o Corpo de Bombeiros para ajudar no combate a queimadas na região de Alter do Chão. Em evento na última sexta-feira (10), foram doados equipament­os e roupas especiais para o trabalho contra incêndios.

RECORDAR No fim do ano passado, um funcionári­o da ONG e três brigadista­s voluntário­s foram acusados de atear fogo na mata para se autopromov­er em ações para apagar as chamas, no auge da campanha do governo Bolsonaro contra a atuação de entidades na Amazônia. Segundo o projeto, as acusações contra a ONG eram falsas e não houve acusação ou indiciamen­to.

PARE, AGORA O PSOL apresentou notícia crime ao STF contra Jair Bolsonaro devido à atuação dele durante a pandemia do coronavíru­s. O partido alega que houve infração de medida sanitária preventiva e argumenta que o presidente minimizou a Covid-19.

TEM mais Ainda segundo a legenda, Bolsonaro desrespeit­ou regras como o isolamento social e o uso de máscara, colocando em risco a vida da população.

PLANTÃO MÉDICO O ministro Paulo Guedes (Economia) ainda não fez o exame definitivo para saber se contraiu Covid-19 de Jair Bolsonaro. Ele esteve com o presidente na segunda (6) e aguardava a janela de cinco dias para fazer o teste. Deve fazê-lo segunda (13) ou terça-feira (14), mas passa bem. Segundo testemunha­s, deu uma corridinha na Granja do Torto neste domingo.

segunda volta O Banco do Brasil passou novamente a Caixa na concessão de crédito do Pronampe, voltado a pequenas empresas na pandemia. Na quinta (9), o BB emprestou todo o novo limite de R$ 1,24 bi aberto pelo governo, chegando quase a R$ 5 bi. A Caixa liberou R$ 3,7 bi.

AQUECIMENT­O Os bancos privados não apresentar­am o mesmo apetite. O Itaú, segundo o governo, começou a operar alinha na quarta (8) e o Bradesco ainda testa sistemas. O Pronampe tem R$ 18 bipara oferecera empresário­s, coma garantia do Tesouro, ejá há defensores na Economia para que seja encorpado.

LIMPO O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) fechou parceria com três instituiçõ­es — Fiocruz, Sírio Libanês e Albert Einstein— para uma consultori­a sobre cuidados sanitários a serem adotados nas eleições. As instituiçõ­es estabelece­rão um protocolo de segurança, que deverá ser replicado em todas as seções eleitorais do Brasil.

OUVIDOS Em ofício às três instituiçõ­es, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, agradeceu a ajuda, prestada sem custos. A primeira reunião está marcada para esta semana.

PENEIRA O Tribunal de Contas Estadual de Santa Catarina baixou uma norma retirando os conselheir­os técnicos (os concursado­s) da relatoria de casos que envolvam autoridade­s políticas, como governador, vice e deputados estaduais. Apenas os conselheir­os de nomeação política poderão analisar os seus casos.

TIROTEIO

Essa retaliação evidencia a importânci­a do gabinete do ódio no governo e revela que a ação de Tércio Arnaud não era isolada

De Orlando Silva (PC do B-SP), sobre encerramen­to de contrato com Atlantic Council após Facebook remover perfis ligados a assessor com Mariana Carneiro e Guilherme Seto

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