Entenda a relação entre Queiroz, o advogado Wassef e a família Bolsonaro
Quem é Fabrício Queiroz e por que ele é investigado? Fabrício Queiroz é um policial militar aposentado, que atuou como assessor de Flávio Bolsonaro de 2007 a 2018, quando o atual senador era deputado estadual no
Rio. O Ministério Público do Rio de Janeiro afirma que o ex-servidor atuou como operador financeiro de um esquema de “rachadinha” (devolução de salários) no gabinete de Flávio. De acordo com o MP-RJ, 11 assessores repassaram pelo menos R$ 2 milhões a Queiroz.
Qual a relação entre Queiroz a a família Bolsonaro? Queiroz e Bolsonaro se conheceram no Exército e são amigos há mais de 30 anos. Queiroz também é apontado como o elo da família Bolsonaro com as milícias do Rio de Janeiro.
Queiroz esteve foragido em algum momento? Não. Ainda assim, mesmo sem mandado de prisão expedido contra ele, Queiroz saiu de cena sob a tutela do então advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, dono do sítio em Atibaia (SP) onde o ex-assessor se abrigou. Segundo a Promotoria, o policial militar aposentado se escondia porque tinha a intenção de fugir caso fosse alvo de uma ordem de prisão.
Durante quanto tempo Wassef abrigou o exassessor? Reportagem do jornal da Band mostrou que Queiroz passou cerca de cinco meses em um apartamento em Guarujá (SP), de propriedade da família de Wassef, a partir do fim de 2018. Em meados do ano passado, Queiroz passa a ser abrigado no sítio de Wassef em Atibaia (SP), onde foi preso no mês passado.
Quais indícios de que Wassef controlava os passos de Queiroz? Tratado por familiares de Queiroz e funcionários pela alcunha de “Anjo”, o então advogado do presidente e de Flávio monitorou e controlou a movimentação do exassessor, como indicam mensagens apreendidas pelo Ministério Público. Os promotores afirmam que o ex-servidor buscava omitir de Wassef as saídas que fazia do sítio.
Quem protegeu ou abrigou Queiroz cometeu algum crime? Segundo especialistas em direito penal consultados pela Folha, só uma investigação poderá responder se Wassef cometeu um eventual crime ao abrigar Queiroz. Por enquanto, não há irregularidade, mas pode-se chegar à conclusão de que houve possíveis práticas dos crimes de favorecimento pessoal e de obstrução da Justiça (atrapalhar uma investigação que envolva organização criminosa).
O que Wassef diz sobre abrigar Queiroz? Quando Queiroz foi preso, Wassef disse que não havia abrigado o ex-assessor e que não tinha contato com ele. Posteriormente, em entrevista à revista Veja, afirmou que escondeu Queiroz por uma “questão humanitária” porque o ex-servidor estaria sendo ameaçado de morte.