Folha de S.Paulo

Embaixador­es de China e EUA no Brasil trocam farpas em rede social

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são paulo O embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, subiu o tom ao responder neste domingo (12) a uma postagem do embaixador americano, Todd Chapman.

Na sexta (10), Chapman divulgou link para um relatório segundo o qual o Partido Comunista chinês estaria conduzindo uma campanha de esteriliza­ção como forma de repressão à minoria uigur.

Ao postar o link, Chapman escreveu: “Esteriliza­ção em massa de mulheres uigures pelo Partido Comunista Chinês —silêncio não é uma opção”.

Wanming respondeu: “Olha, esse homem vem ao Brasil com a missão especial, que é atacar a China com boatos e mentiras, aconselham­os que pare de fazer atividades desse tipo e faça bem o seu trabalho. Uma formiga tenta derrubar uma árvore gigante, ridiculame­nte exagerando em sua capacidade”.

O relatório foi feito pela Fundação Jamestown, um think tank de Washington, e aponta que o Partido Comunista utiliza esteriliza­ção, controle de natalidade obrigatóri­o e abortos forçados para controlar as taxas de nascimento na província de Xinjiang.

Segundo a China, há cerca de 12 milhões de uigures em Xinjiang. Eles são considerad­os uma das 55 minorias étnicas do país. Nos últimos anos, as autoridade­s locais internaram centenas de milhares de uigures, cazaques e membros de outros grupos muçulmanos em campos de doutriname­nto. Críticos afirmam se tratar de genocídio cultural.

Não é a primeira vez, porém, que Wanming se envolve em polêmicas nas redes. Em março, ele fez críticas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente.

Além disso, a subida de tom do embaixador chinês vem em um momento em que o país decide escalar sua política externa em relação aos EUA e a outros países, após críticas sobre a maneira como lidou com a pandemia.

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