Folha de S.Paulo

Brasil paga para general ‘trabalhar para mim’, diz secretário dos EUA

- Nelson de Sá nelson.sa@grupofolha.com.br

Do Miami Herald ao New York Times e ao Drudge Report, a manchete americana no domingo foi o “recorde” da Flórida: 15 mil casos num dia. Estado que agora, destaca Drudge, não deve mais sediar a convenção republican­a, mês que vem.

O noticiário veio após dois dias de campanha de Donald Trump em Miami, junto à comunidade de origem cubana, que ele tenta agradar com nova ameaça de invadir a Venezuela. Foi assim numa mesaredond­a com locais, coberta pelo NYT, e em entrevista ao canal Telemundo:

“Algo vai acontecer com a Venezuela, é tudo o que posso dizer”, falou ele. “Dos Estados Unidos?”, questionou o jornalista. “Nós estaremos bastante envolvidos.”

Antes, Trump foi à sede do Comando Sul das forças americanas, num subúrbio de Miami, para as mesmas ameaças, agora incluindo China, e para saudações aos “parceiros” Colômbia e Brasil. Seu secretário de Defesa, Mark Esper, apresentou então:

“Nosso novíssimo acréscimo ao nosso quartel general: general David, um dos mais afiados nas forças armadas brasileira­s. Novamente, brasileiro­s pagando para ele vir aqui e trabalhar para mim [work for me] para fazer diferença em segurança.”

“Say hello”, falou então Trump ao general brasileiro, que nada falou.

antes e depois A foto ao lado da manchete digital sobre o recorde da Flórida, no Washington Post, era de Bolsonaro, com a chamada “Imagens mostram que líder brasileiro desprezou diretrizes de saúde antes de testar positivo para o vírus —e depois”.

brasil racista Na capa impressa de domingo do mesmo WP, outra foto do país, agora de “Southern Belles” em Santa Bárbara d’Oeste, interior paulista, durante um festival para comemorar os “Confederat­e States of America”. No título da reportagem, “Eles perderam a Guerra Civil e fugiram para o Brasil. Seus descendent­es se recusam a retirar a bandeira confederad­a”.

foco de contágio Um uruguaio morreu e outros 40 foram isolados na cidade de Río Branco. “Encontro religioso em Jaguarão”, do lado brasileiro da fronteira, “seria o foco do contágio”, alertam os jornais do Uruguai.

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