Prisão de Pastor Everaldo passa de temporária para preventiva
O ministro Benedito Gonçalves, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), decretou nesta sexta-feira (4) a prisão preventiva de Pastor Everaldo, presidente nacional do PSC, suspeito de participar do suposto esquema de corrupção que ensejou o afastamento do governador do Rio, Wilson Witzel (PSC).
Everaldo foi detido no último dia 28, durante a Operação Tris in Idem. Inicialmente, o ministro havia determinado sua prisão temporária (de cinco dias). Agora, com a conversão em preventiva, não há prazo para que seja solto.
A medida foi tomada a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), que apontou indícios de que os crimes praticados pelo pastor são graves e contemporâneos. A decisão do ministro está em sigilo, mas foi confirmada pelo STJ.
Em nota, a defesa do Pastor Everaldo diz que ele é alvo de uma delação mentirosa. “Ele reitera que sempre esteve à disposição das autoridades. Prova disso é que, no dia 19/8, antes de ser preso, pediu formalmente ao STJ para ser ouvido. O Pastor reafirma sua inocência, confiança na Justiça e fé em Deus.”
Via assessoria de impressa, o PSC avalia como desnecessária a prisão de Everaldo, “um cidadão que sempre esteve à disposição das autoridades”.
Artífice da candidatura de Witzel, Everaldo é suspeito de integrar um dos núcleos criminosos investigados. Segundo a PGR, instituiu uma caixinha única no governo, com a cobrança de pedágio no pagamento a fornecedores do estado. Uma das suspeitas está em pagamentos, em dinheiro vivo, na compra de um imóvel avaliado em R$ 2 milhões.
Em sua delação, o ex-secretário de Saúde Edmar Santos conta que Witzel deu R$ 15 mil nas mãos de Everaldo, um dia antes da Operação Placebo, em uma suposta tentativa de impedir que investigadores encontrassem o dinheiro.
Santos também diz que Everaldo recebia 20% dos recursos desviados na área de saúde.
Além de decretar a prisão preventiva do presidente do PSC, o ministro Benedito Gonçalves mandou soltar alvos da Operação Mercadores do Caos, deflagrada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro para apurar possíveis desvios na saúde. Entre os beneficiados, está o ex-secretário de Saúde do Rio Gabriell Neves.