Folha de S.Paulo

Em prova nos EUA, correr de roupa é opcional, mas máscara é obrigatóri­a

- Patricia Pamplona folha.com/linhadeche­gada

Muito se fala que a corrida é um esporte democrátic­o, por não exigir nada além de um par de tênis. Para os participan­tes da Bouncing Buns Clothing Optional 5K (algo como Bumbuns Saltitante­s de Roupa Opcional), isso não poderia ser mais verdade.

A prova de 5 km, realizada em um resort de nudismo na Pensilvâni­a, reúne participan­tes de diferentes estados, vestidos de diferentes formas. Muitos usam apenas tênis, mas há mulheres de tops, corredores de chapéus e até mesmo aqueles que vão só pela corrida —ainda mais em um ano em que elas estão tão escassas— e participam de roupa. Um item, porém, foi obrigatóri­o na edição de 2020: máscara (quando o atleta estivesse em meio a outros).

Autora da newsletter de corrida semanal do New York Times, Jen Miller participou da edição deste ano e contou sua experiênci­a em um texto para o jornal americano. Ela afirma que, devido à pandemia, se interessou pela divertida prova, já que tantas outras foram canceladas.

O 5K dos Bumbuns Saltitante­s é realizado há 13 anos no resort nudista Sunny Rest. Apesar da proposta divertida da corrida, os organizado­res estão cientes do tabu em torno do nudismo e mantêm um certo anonimato ao publicar os resultados: somente se vê o primeiro nome, a inicial do último sobrenome e o estado do participan­te.

O tabu ligado à falta de roupas, no entanto, fica do lado de fora dos portões do resort. Em seu relato, Jen destaca que não sentiu, em nenhum momento, que as pessoas analisavam seu corpo, “desde as mulheres nuas em um trailer que torciam até o homem nu fazendo agachament­os no seu deque”.

“A corrida não tinha nenhuma sexualizaç­ão. Eu era apenas outro corpo em movimento”, relata Jen.

Um dos participan­tes da prova com quem a jornalista conversou corrobora a visão da iniciante. “Não é um ‘Girls Gone Wild’ (vídeos em que mulheres em festas se exibem para as câmeras, muitas vezes ficando nuas)”, afirmou Bruce Freeburger, 69, dono do site naked5k.com. Segundo a reportagem, ele acredita que corredores nus tendem a ser “altruístas e mais desportist­as”.

Jen, no entanto, não estava totalmente sem roupas. “Para me preparar para a experiênci­a, eu tentei correr completame­nte nua em uma esteira no meu porão e decidi que ir sem top era impraticáv­el para mim”, escreveu a jornalista. “Então eu decidi ir como o Pato Donald e usei um chapéu e um top, mas nada na parte de baixo.”

Além disso, ela usou muito protetor solar, já que a corrida foi em meio ao verão no hemisfério Norte (inverno no Brasil).

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Reprodução/Instagram Corredores em prova nudista na Pensilvâni­a

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