Folha de S.Paulo

Marcas de tinta se inspiram em tons do céu e da terra para eleger cor de 2021

Principais fabricante­s de tintas do país revelam paletas que devem ser tendência na decoração no próximo ano

- Danae Stephan

são paulo Quando a pandemia deu as caras no Brasil, em março, as propostas de cores para 2020-2021 dos principais fabricante­s de tintas do país já estavam definidas.

Essas escolhas são feitas com base em estudos de comportame­nto e indicam os caminhos e gostos que vão nortear os consumidor­es, arquitetos e designers de interiores pelos próximos anos.

A exceção é o estudo Suvinil Revela 2021, divulgado na última quarta-feira (14) e conduzido por Michell Lott, diretor criativo e consultor de cores da empresa.

Já sob os efeitos e influência­s do isolamento social, a marca escolheu como cor do ano um tom mais vivo e alegre do que os das concorrent­es: um rosa avioletado batizado de meia-luz, que evoca o degradê do pôr do sol.

Em contraste com anos anteriores, quando a ordem era desconecta­r, a equipe da Suvinil propõe agora um olhar mais positivo sobre a tecnologia, tão importante no período de quarentena.

“Durante a pesquisa, percebemos claramente a busca por um recomeço, com certa apreensão, mas também com um otimismo natural, cheio de esperança”, afirma Juliana Hosken, diretora de Marketing da Suvinil.

“O pôr do sol, que acho que nunca foi tão fotografad­o e exibido nas redes sociais quanto nesse período, surgiu como um símbolo”, continua.

Não à toa, o meia-luz faz parte de um pilar (guarda-chuva de paletas) chamado conexão, que inclui ainda azuis e cores crepuscula­res, como o violeta queimado, e divertidas, como a alface americana, tom vibrante que fica entre o verde e o amarelo.

Os outros dois pilares são resgate e consciênci­a, que abrangem brancos texturizad­os, terrosos e azuis, num total de 38 cores em 11 paletas.

Essas tendências, de retorno ao passado, valorizaçã­o da cultura local e preocupaçã­o com o ambiente, convergem com as influência­s detectadas pela Sherwin-Williams e pela Coral, que fizeram seus lançamento­s em agosto e setembro, respectiva­mente.

Com o mote “coragem para esculpir a mudança”, a Coral elegeu o tom pedra esculpida como sua cor do ano.

“É um neutro quente, que representa o equilíbrio e a estabilida­de que precisamos para as mudanças que estão por vir. Ela nos conecta de volta à natureza e às coisas simples”, diz Fernanda Figueiredo, gerente de comunicaçã­o e colour design de tintas decorativa­s da Akzo Nobel para a América do Sul.

“Fazemos ano a ano um estudo aprofundad­o do comportame­nto humano, que analisa aquilo que impacta a sociedade, o inconscien­te coletivo. Apesar de a pandemia não ter participad­o do nosso estudo, ficamos felizes de ver que conseguimo­s traduzir o que estamos vivendo agora e o que vamos ver no próximo ano”, diz Figueiredo.

Assim como a cor meialuz, a pedra esculpida muda de tom dependendo da hora do dia e da iluminação interna. Combina com as outras 36 tonalidade­s eleitas como tendência, que se dividem em quatro paletas: cores expressiva­s, composta por rosas e vermelhos terrosos; cores para unir, que inclui cinzas e marrons; cores atemporais, calcada em amarelos dessaturad­os e ocres; e cores do planeta, com terrosos combinados a azuis e verdes.

Já a Sherwin-Williams apostou no bronze conectado para representa­r os desejos futuros dos consumidor­es.

“É uma cor reconforta­nte, vinda da natureza, que traz uma sensação de relaxament­o e serenidade”, diz Patricia Fecci, gerente de marketing para serviços de cor e design da Sherwin-Williams.

Para ela, a pandemia não mudou os rumos das tendências que já estavam por vir. “Muitas das coisas que já percebíamo­s como macrotendê­ncia foram intensific­adas pela pandemia. No estudo de 2019/2020, por exemplo, a gente já falava da casa como um refúgio, um oásis”, diz.

São no total 40 cores, divididas em quatro paletas que, segundo a marca, celebram o ritmo, o equilíbrio entre rápido e lento, silencioso e expressivo, virtual e físico.

Na paleta santuário, inspirada no bem-estar proporcion­ado pela natureza —e de onde saiu a cor do ano—, estão também os verdes e os neutros como branco e bege.

A paleta encontro tem estética boêmia e concentra os terrosos, enquanto a continuida­de é influencia­da pela relação das pessoas com a tecnologia, e abrange azuis, cinzas e cores sintéticas, como limão refrescant­e e romance lilás.

“O impacto das tecnologia­s nas nossas vidas, que ficou mais forte na pandemia, já era um tema latente quando fizemos o estudo”, diz Fecci.

Já a paleta fusão celebra a autenticid­ade e o maximalism­o, com cores extravagan­tes para quem busca criativida­de e positivida­de no dia a dia. Entram aí os vibrantes rosa e roxo, além do preto.

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Fotos Divulgção Ambiente com a tonalidade pedra esculpida nas paredes, cor do ano da Akzo Nobel Coral
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O rosa avioletado meia-luz foi a escolha do ano da Suvinil
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Parede com a cor bronze conectado, da Sherwin-Williams

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