Folha de S.Paulo

Guedes diz preferir nova CPMF, ‘esse imposto de merda’

- Fábio Pupo

Em evento virtual da XP, Paulo Guedes disse que, “enquanto não vierem com uma solução melhor”, prefere “esse imposto de merda”, em referência à nova CPMF. Na véspera, afirmara que poderia desistir da ideia de taxar transações.

brasília O ministro Paulo Guedes (Economia) confirmou nesta sexta-feira (16) que não abandonou a ideia de criar um imposto sobre transações. Ele disse que, enquanto não houver solução para desonerar a folha, prefere “esse imposto de merda”.

“Temos que desonerar o custo do trabalho. Enquanto as pessoas não vierem com uma solução melhor, eu prefiro esse imposto de merda”, afirmou em evento virtual promovido pela XP.

Segundo ele, esse imposto só está sendo planejado para substituir aqueles aplicados sobre os salários que as empresas pagam a empregados. “Você acha que sou um homem de desistir fácil das coisas? De forma alguma”, disse.

“Por que você acha que estamos pensando nessa coisa de merda? Você acha que liberais gostam de criar impostos? De maneira alguma. Só tem uma maneira razoável de pensar, é porque existe um pior funcionand­o hoje”, afirmou.

A declaração é dada um dia depois de o ministro dizer que poderia desistir da proposta. Mas, conforme mostrou a Folha, a ideia continuava viva nos planos do ministro e da equipe econômica.

“Não tem aumento de imposto. A mídia, por exemplo, quer desonerar a folha [de salários]. Esse imposto só entraria para desonerar. Talvez nem precise, talvez eu desista”, afirmou na quinta (15) à CNN Brasil, sem detalhar a fala.

Na pasta, a declaração havia sido recebida com surpresa. Isso porque o plano de um imposto sobre pagamentos nunca saiu dos planos do Ministério e é parte fundamenta­l da reforma tributária imaginada por Guedes.

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