Greca afirma que não há manual para pandemia e compara Curitiba à Europa
SÃO PAULO | uol O prefeito de Curitiba e candidato à reeleição, Rafael Greca (DEM), disse que o “vai e volta” de decretos liberando e fechando o comércio durante a pandemia do novo coronavírus na capital paranaense é algo que aconteceu em todo o mundo.
“Não pretendo ser melhor do que o resto do mundo”, disse durante sabatina promovida pela Folha em parceria com o UOL, transmitida nesta sexta (16). “A pandemia não tem manual, nós vamos calibrando e ajustando as coisas dentro das necessidades”, afirmou.
“Não troco votos por vidas, o vai e vem [da reabertura] afligiu a senhora [Angela] Merkel, na Alemanha, o primeiro-ministro da Inglaterra, sua santidade o papa Francisco e o primeiro-ministro da Itália, ou da Espanha ou de Portugal”, disse Greca às repórteres Ana Carla Bermúdez, do UOL, e Katna Baran, da Folha.
Sobre o acréscimo de alunos vindos da rede particular de ensino para a rede pública curitibana, o prefeito afirmou “não ter problema com isso”.
“Não temos medo dos alunos que vêm da rede particular, temos 145 mil alunos, agora 147, 150 mil, não temos problema, temos vagas na educação infantil e na educação regular sobrando”, disse Greca. “A pandemia não é o caos, do ponto de vista educacional.”
Ele afirma que a secretária da Educação já montou um programa pedagógico para recuperação desse ano “singular”. Segundo o prefeito, em 2021 as aulas até o 9º ano terão conteúdo do ano letivo, com acréscimo do conteúdo do ano anterior, para recuperar o ensino do aluno que condizia com o ano de 2020.
Líder da última pesquisa Ibope com 47% das intenções de voto, Greca disse que está trabalhando para não haver segundo turno. Apesar de querer evitar o oba-oba, lembra que “a cada dia que passa, o tempo dos meus adversários é menor.”
Uma das propostas de Greca para seu atual mandato era o fim do subsídio à passagem de ônibus. Sobre o assunto, o prefeito afirmou que “se teve uma ilusão sobre viver sem subsídio, hoje já não tem.”
“Nós vamos continuar com crença no BRT, no transporte coletivo”, disse. “Eu fujo da tentação de satanizar as empresas de ônibus”, completou.
Questionado sobre reclamação do setor de transporte público em relação a uma fuga de passageiros, Greca respondeu: “A pandemia, de fato, diminuiu o número de passageiros por dia e criou um desequilíbrio nos contratos de transporte coletivo”.
Para 2021, o candidato do DEM afirma que pretende implementar ônibus elétricos e terminais integrados a um aplicativo que informará os melhores modais e rotas. propondo uma lei de transição tributária”, afirmou durante sabatina promovida pela Folha em parceria com o UOL.
A candidata classifica como “cruel” o tratamento dispensado pela atual gestão ao pequeno comerciante que deve Imposto sobre Serviços (ISS), e a moradores de bairros populares que não estejam em dia com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
“Mas o tom muda com a classe alta”, disse. “O ano de 2021 vai ser muito difícil. Quem está dizendo que vai resolver todos os problemas de saúde, educação e segurança, sem dizer quem vai enfrentar, está mentindo para a população”, completa.
A candidata fala também em manter o auxílio emergencial em 2021. O dinheiro sairia de uma proposta de melhoria na arrecadação e de um corte de 70% dos cargos de confiança.
Em suas contas, isso economizaria R$ 61 milhões. “Essa renda, além de ter uma política para os mais vulneráveis, é fundamental para a economia local.” A candidata afirma que, de qualquer forma, a “luta política” nacional para manter os R$ 600 do auxílio emergencial segue.
“Lutei muito por isso, mas não foi possível”, disse a candidata que se define como uma grande defensora na busca por compor uma unidade com “esquerdas diferentes”.
Apesar de criticar a chapa de esquerda formada por Manuela d’Ávila (PC do B) com Miguel Rossetto (PT) como vice, formada sem consulta ao PSOL, Fernanda Melchionna diz que não hesitaria em apoiar d’Ávila em um suposto segundo turno.
“O importante é que Nelson Marchezan Júnior (PSDB) não vá para o segundo turno”, disse a candidata, reforçando que seu partido é a favor do processo de impeachment do prefeito de Porto Alegre: “Ele cometeu inúmeros crimes”.