Folha de S.Paulo

Professor é decapitado na periferia de Paris após mostrar charge de Maomé

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paris e são paulo | reuters e afp Um professor de história e geografiad­o ensino fundamenta­l foi mortona França por decapitaçã­o a póster mostrado charges do profeta Maomé aos estudantes,durante uma aula sobre liberdade de expressão. O caso está sendo tratado pela polícia como ataque terrorista.

O assassinat­o ocorreu nesta sexta-feira (16) em Conflans Sainte-Honorine, na periferia de Paris. O professor, cujo nome não foi revelado, foi morto na rua, por volta das 17h (11h em Brasília). Ele teve a garganta cortada a 200 metros da escola em que trabalhava.

Há relatos de que o assassino teria gritado “Allahu Akbar” (Alá é grande) ao cometer o crime. Após o ataque, a polícia matou o suspeito a tiros. Ele nasceu em Moscou, tem 18 anos e estava com uma faca, perto do local do ataque.

Quatro pessoas, entre elas um menor de idade, foram detidas horas depois do crime. Todas pertencem ao entorno familiar do agressor, de acordo com os investigad­ores.

Uma série de postagens no Twitter, do dia 9 de outubro, acusou o professor de mostrar charges que faziam piada com o profeta Maomé —o Islamismo considera blasfêmia desenhara sua imagem.

Segundo o jornal Le Matin, o professor convidou os alunos muçulmanos a saírem da sala antes de mostrar uma imagem do profeta ajoelhado, com uma estrela nas nádegas, junto do texto “Maomé, nasce uma estrela”.

O governo francês instalou um comitê de crise para acompanhar o caso, e o presidente Emmanuel Macron visitou o local onde ocorreu o ataque.

“Um de nossos cidadãos foi assassinad­o porque ensinou a seus alunos a liberdade de expressão. Nosso compatriot­a foi vítima de um ataque terrorista islâmico”, disse Macron. “Ele queria abatera República[ francesa] em seus valores. O iluminismo, a possibilid­ade de que nossos filhos sejam cidadãos livres, independen­te da religião. Essa é nossa batalha, e ela é existencia­l”, completou.

O presidente prometeu uma resposta firme ao ocorrido. “Quero dizer claramente: eles não passarão. O obscuranti­smo e a violência não vencerão. Eles não vão nos dividir.”

Nos últimos anos, a França foi alvo de vários ataques violentos realizados por militantes islâmicos. No fim de setembro, um homem usou uma faca para atacar e ferir duas pessoas perto da antiga Redação do jornal Charlie Hebdo.

O jornal satírico foi alvo de um massacre em 2015, por publicar charges de Maomé: 12 pessoas foram mortas a tiros em seu local de trabalho.

Em entrevista à rádio France Info, o jornalista Philippe Val, ex- editor do Charlie Hebdo, disseque todos os jornais deveriam publicaras caricatura­s de Maomé .“Toda a imprensa deveria agora publica ressas caricatura­s. Essaéa resposta correta a esse ataque ”, disse ele, que vive com escolta policial. “É um problema político, não social. É uma ideologia contra a liberdade de expressão.”

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Charles Platiau/Reuters
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Reprodução A Folha republica charge de 2012 do jornal satírico Charlie Hebdo, que mostra o profeta com o texto ‘Maomé, nasce uma estrela’; no alto, policiais cercam área do atentado

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