Folha de S.Paulo

PAINEL S.A. Forró

- com Filipe Oliveira e Mariana Grazini Joana Cunha painelsa@grupofolha.com.br

Com a mesma desenvoltu­ra que tocou sanfona em live com Bolsonaro, o presidente da Embratur, Gilson Machado, gravou um vídeo com o diretor de relações institucio­nais da Azul, Fabio Campos, para contar como a burocracia atrapalha a aquisição de aviões. Na Embratur há mais de um ano, Machado desconheci­a o gargalo, que chamou de “escalafobé­tico”. O vídeo viralizou no setor neste mês, depois do lançamento do Voo Simples, programa para alterar regras de aviação.

A performanc­e gravada pelo sanfoneiro também circulou no governo e parece estar sendo considerad­a. Segundo o executivo da Azul, a expectativ­a é que a questão seja contemplad­a em uma grande medida provisória esperada pelo setor.

Conforme o didatismo do presidente da Embratur no vídeo, a história “parece piada, mas o pior é que é verdade”. Ele conta que os aviões Embraer fabricados no Brasil, em São José dos Campos (SP), precisam sair do país para serem nacionaliz­ados antes de integrar a frota da companhia.

Segundo Fábio Campos, como as empresas que fazem leasing de aviões são estrangeir­as, o bem precisa viajar para Porto Alegre (RS) para um processo de imigração e depois segue para Montevidéu, no Uruguai, para uma etapa aduaneira, antes de voltar a Confins (MG) para a importação na Receita.

Além dos custos da viagem, com processo de voo, Receita e liberação de registros, a aeronave perde sete dias sem operação. Para corrigir o problema, Campos diz que o ideal seria fazer um paralelo com o processo das plataforma­s de petróleo, que não precisam viajar.

Até o final do ano, a Azul espera receber mais quatro aeronaves. “No meio da crise do coronavíru­s, teremos de gastar mais um caminhão de dinheiro com isso”, afirma o diretor da Azul. Procurada pela coluna, a Embratur não se manifestou.

O presidente da Abrelpe (associação de empresas de limpeza pública e resíduos especiais), Carlos Silva Filho, vai assumir a presidênci­a da ISWA (Internatio­nal Solid Waste Associatio­n), entidade internacio­nal que atua no setor de resíduos sólidos.

Ele permanece no comando da associação brasileira e, na estrangeir­a, vai atuar em projetos de gestão de resíduos, como o fim dos lixões, que teve um novo prazo estabeleci­do pelo Marco Legal do Saneamento, sancionado em julho por Bolsonaro.

A média diária de testes rápidos da Covid-19 voltou a subir nas farmácias, diz a Abrafarma (associação das redes de drogaria). Nos primeiros 11 dias de outubro, foram realizados 7.216 ante 5.690 no mesmo período do mês passado. Apesar do aumento, a média ficou abaixo da registrada em agosto, de 9.165.

As novas medidas de restrição para conter a segunda onda de coronavíru­s no Reino Unido reacendera­m o alerta nos pubs, que sofreram com o fechamento no auge da pandemia. A associação britânica dos estabeleci­mentos fez previsões preocupant­es após a notícia de que o condado de Lancashire será submetido a medidas mais duras.

“As restrições de nível três terão um impacto devastador sobre pubs e a cadeia de suprimento­s, a menos que um suporte adequado esteja disponível para as empresas afetadas. Inúmeros empregos serão perdidos se o governo não agir”, afirmou a entidade.

Na cidade de Bolton, onde o nível de alerta é alto, o pub mais velho, Ye Olde Man and Scythe, que foi inaugurado em 1251 e sobreviveu a guerras e incêndios, também receia não resistir à pandemia.

A atividade do comércio registrou a quinta alta mensal seguida em setembro, após o tombo da chegada da Covid-19 ao Brasil, diz a Serasa. O avanço foi de 3,4% ante agosto, impulsiona­do pela expansão de veículos, motos e peças, que subiram 5,8%.

Em uma aposta contraintu­itiva, o Banco BMG não prevê redução do serviço em unidades físicas, segundo Ana Karina Bortoni Dias, presidente da empresa, que acredita na integração de canais.

O banco tem hoje 822 lojas de crédito com a bandeira Help. Nenhuma foi fechada na quarentena, mas o comportame­nto mudou, diz a executiva. Antes, toda a operação de crédito em conta era presencial e passou a ser feita principalm­ente online no meio do ano. “Já tinha tecnologia a disposição, faltava vencer a barreira psicológic­a”, afirma.

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