Entenda o caso
• Secretaria Municipal da Educação enviou, em 21 de setembro, memorando às Diretorias Regionais de Educação orientando que alunos na fila da creche fossem matriculados em 2020, mesmo só ingressando na rede em 2021
• O objetivo da mudança, segundo o documento, seria que as crianças à espera de uma vaga tivessem o mesmo direito das já matriculadas, como “apoio pedagógico e proteção alimentar”
• Servidores que trabalham nas diretorias de educação e nas creches, no entanto, apontam a prática como uma manobra para inflar as matrículas, já que a prefeitura tem acordo com o Tribunal de Justiça para criar 85,5 mil novas vagas até o fim de 2020
•A Folha teve acesso a emails enviados às creches orientando que os alunos fossem matriculados no ano letivo de 2020 e rematriculados em 2021, mesmo que as unidades estejam fechadas em razão da pandemia
• Creches conveniadas tiveram ampliado o número de vagas e os aditamentos foram publicados no Diário Oficial do município
• A gestão Bruno Covas (PSDB) negou que a mudança pudesse inflar as matrículas em creches e afirmou que todas as vagas criadas são reais e concretas
• Cinco dias após a publicação da reportagem, a Folha localizou creches em obras e que já têm alunos matriculados para este ano
• A reportagem também encontrou pais de crianças que estavam na fila da creche e se queixam que os filhos foram matriculados, após a publicação do memorando, sem que eles fossem comunicados para dar autorização