‘Tudo que sei hoje aprendi na prática, em 46 anos de muito trabalho’
Aos 15 anos, fui trabalhar na empresa do meu pai, a Printon, que fazia fotolitos, os filmes usados para fazer impressão naquela época, 1974.
Depois de um curso de artes gráficas no Senai, sugeri investir em equipamentos para produzir fotolitos coloridos. Queria ter um diferencial. E foi um sucesso.
Mas essa técnica decaiu e tudo o que aprendi ficou para trás. Tenho 46 anos de empresa e, nesse tempo, a gente teve que se reinventar muitas vezes. Minha formação é em artes gráficas, de resto tudo o que aprendi foi na prática.
Cada vez que eu compro um equipamento, conheço tudo o que ele pode fazer, mesmo que não vá operá-lo. Assim, consigo dizer ao cliente o que posso fazer por ele.
Houve momentos em que eu pensei: “Agora a gente não vai ter que investir em mais nada”. Mas, se eu não investisse, o meu concorrente iria e minha empresa poderia morrer. Nesses anos todos, a Printon não guardou dinheiro: tudo o que a gente tinha, investia em tecnologia.
Em 2005, abrimos uma gráfica, que hoje fica na Vila Prudente, zona leste de São Paulo. Crescemos devagarzinho.
Dez anos depois meu pai morreu e fiquei sem chão. Mas tive que me refazer. Superamos a chegada da mídia digital, um grande choque para a indústria gráfica, fazendo produtos personalizados e com maior valor agregado —produzimos até uma embalagem com aroma.
Quando a pandemia chegou, tive que procurar um novo segmento. Comecei a fazer embalagem para delivery. Como empreendedor você acha que sabe tudo, mas de repente precisa começar do zero.