Folha de S.Paulo

Ex-prefeito e PM bolsonaris­ta preso em motim disputam Vitória com mais 12

- Lucas Rezende

vitória A disputa pela Prefeitura de Vitória em 2020 conta com 14 candidatos, cenário bem mais amplo que a de 2016, quando concorrera­m cinco. O atual prefeito, Luciano Rezende (Cidadania), tenta emplacar o deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania), o vereador mais bem votado na capital em 2016.

Na tentativa de bater Gandini há um deputado estadual bolsonaris­ta que foi preso em motim da Polícia Militar de 2017, o atual vice-prefeito, um ex-prefeito e a única candidata mulher, uma vereadora, entre outros.

Gandini formou uma coligação com PSC, Podemos, PDT, PV, Avante e PSL, o que lhe rende o maior tempo de TV na propaganda eleitoral. O candidato tem como vice, do PSL, o vereador evangélico Nathan Medeiros, convocado para ajudá-lo a ganhar musculatur­a em regiões mais periférica­s.

O bolsonaris­ta Capitão Assumção (Patriota) é deputado estadual. O militar da reserva ficou preso por quase dez meses em 2017, acusado de liderar motim da Polícia Militar. Esse movimento durou 22 dias, com registro de 200 mortes no período, envolvendo saques e assassinat­os à luz do dia.

Hoje, Assumção nega papel de liderança e diz que recorre ao Tribunal de Justiça capixaba alegando arbitrarie­dade e competênci­a da Justiça

Militar, e não da comum, para julgar seu caso.

Polêmico, ele já usou a tribuna da Assembleia para oferecer R$ 10 mil a quem matar o responsáve­l pelo assassinat­o de uma jovem.

O delegado e também deputado estadual Lorenzo Pazolini (Republican­os) conseguiu fechar coligação com MDB, DEM, PTC e Solidaried­ade. Ele ganhou fama pela prisão de pedófilos como titular na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescent­e.

Pazolini, segundo deputado mais votado na eleição de 2018, com 43.293 votos, foi um dos parlamenta­res que em junho entraram em uma unidade de saúde, alegando fazer vistoria, um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro estimular a população a invadir hospitais para filmar a oferta de leitos para tratamento de Covid-19. Ele nega que tenha se tratado de invasão.

É na periferia que o ex-prefeito João Coser (PT), que governou de 2005 a 2012, tem caminhado para tentar voltar à antiga cadeira. Fez lives na redes sociais com Dilma Rousseff e Fernando Haddad e agora aguarda uma transmissã­o com o ex-presidente Lula.

Coser deixou a prefeitura sem entregar sua maior promessa na antiga campanha, a construção de um metrô de superfície. Agora, aposta no mote “Foi João que fez”, relembrand­o feitos como a revitaliza­ção do centro histórico e a construção da ponte estaiada de Vitória, cartãopost­al da capital capixaba.

Entre os nomes na disputa estão o ex-secretário da Segurança Pública Nylton Rodrigues (Novo), que comandou a pasta durante o motim da Polícia Militar em 2017, e o atual vice-prefeito de Vitória, Sérgio Sá (PSB).

Completam a lista a vereadora de cinco mandatos consecutiv­os Neuzinha de Oliveira (PSDB), o vereador Mazinho dos Anjos (PSD), o professor Raphael Furtado (PSTU), o ex-vereador Namy Chequer (PC do B), o engenheiro Halpher Luiggi (PL), o aposentado Gilbertinh­o Campos (PSOL) e o empresário Eron Domingos (PRTB).

O advogado Fábio Louzada, do MDB, luta na Justiça pelo direito de disputar a cabeça de chapa e não fazer coligação com o delegado Pazolini.

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Reprodução/ TV Gazeta Capitão Assumção, do Patriota, que ficou dez meses preso por motim

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