Escalada
Nova fronteira no radar dos investidores preocupados com o avanço das mudanças climáticas, as fazendas verticais, conhecidas no Japão e em outros destinos menos favorecidos pela agricultura, ganham atenção no Brasil. Trata-se de um modelo de cultivo de alimentos em estantes para melhorar o aproveitamento do espaço, em ambiente fechado com temperatura, água, iluminação e oxigenação sob controle, por meio de tecnologias que vêm se tornando mais baratas.
seca A técnica permite economia de 90% no uso de água e um aumento de cinco vezes na produtividade, segundo Ítalo Guedes, pesquisador da Embrapa Hortaliças. Em setembro, a Embrapa assinou contrato de dois anos de pesquisas com a empresa 100% Livre para avaliar o assunto.
fome A paulistana Pink Farms vem produzindo quatro toneladas de hortaliças mensalmente para restaurantes e o varejo. Geraldo Maia, sócio da empresa, planeja lançar uma captação de recursos online em novembro para buscar investimentos de até R$ 5 milhões e financiar unidades maiores, capazes de produzir 800 toneladas por ano.
ar Mas o consumo de energia e o custo por metro quadrado da fazenda vertical ainda são maiores do que no campo, diz Paulo Bressiani, da Fazenda Cubo, que tem loja e produção no bairro de Pinheiros, em São Paulo. “Ainda não dá para competir com a verdura na feira. Por isso, nosso foco são variedades especiais e de maior valor agregado”, afirma.
raiz Na Fazenda Urbana, a opção é produzir microverdes, plantas que acabaram de deixar de ser broto, com três dias desde a germinação. Com isso, é possível oferecer produto de valor nutricional e preço viável, diz Rodrigo Meyer, sócio da empresa. “Ninguém vai pagar mais caro o pé de alface porque ele cresceu no ar-condicionado”, afirma.
horizonte Na semana passada, a startup americana Plenty anunciou aporte de US$ 140 milhões do Softbank e da empresa Driscoll’s, um movimento visto como a confirmação de que grandes investidores reconhecem a viabilidade das fazendas verticais, segundo Francisco Jardim, do fundo SP Ventures, especializado em startups agrícolas.
bolso O confinamento e a economia podem ter estimulado o consumidor a buscar diversificação na pandemia, segundo pesquisa do Instituto Locomotiva com 1.603 pessoas. Mais de 80% compraram em uma loja da qual nunca tinham levado nada e 74% experimentaram uma nova marca.
almoço A ANR (Associação Nacional de Restaurantes) vai enviar uma carta pública ao governador de SP, João Doria, nesta segunda (19), reclamando do pacote de ajuste fiscal. Segundo a entidade, a gestão Doria “está prestes a colapsar os bares e restaurantes com um absurdo aumento de ICMS no momento mais crítico da história do setor”.
jantar O governo rebate. Diz que não haverá aumento de impostos e que a autorização dada pela Assembleia é para a redução de 20% em todos os benefícios fiscais, com exceção da cesta básica de alimentos e remédios, além de serviços de transporte.
vitrine A Abrasce (associação dos shoppings) consultou 515 consumidores de capitais e regiões metropolitanas para avaliar o comportamento deles após a reabertura dos estabelecimentos na pandemia. A conclusão foi a de que 6 em cada 10 já foram a algum shopping desde então. O dado será apresentado em congresso do setor nesta semana.
provador Uma semana depois da liberação da abertura dos shoppings por 12 horas na fase verde da pandemia em São Paulo, os lojistas reclamam. Segundo a Ablos, associação das lojas menores, o funcionamento das 10h às 11h e das 21h às 22h representa apenas 5% das vendas, mas eleva o custo com mão de obra acima disso.
mar A francesa GL Events, que faz gestão do Riocentro e do São Paulo Expo, anuncia investimento de R$ 48 milhões no centro de convenções de Santos (SP), onde assumiu a concessão de 24 anos. Apesar do choque da pandemia no setor de eventos, o espaço para 3.000 pessoas deve ficar pronto neste mês, segundo a GL, que vê potencial na privatização do porto de Santos.
fique em casa Neste final de semana cresceu a lista das empresas que pretendem adotar o home office definitivamente para enxugar os custos imobiliários, mesmo depois que a pandemia acabar. A Deloitte planeja fechar quatro de seus 50 escritórios no Reino Unido nos próximo meses.