Folha de S.Paulo

Partidos de centrodire­ita dominam eleição em grandes centros urbanos

PSDB, MDB, DEM, PSD e Podemos são maiores vitoriosos em centros urbanos

- Ranier Bragon e Guilherme Garcia

brasília e são paulo Cinco partidos de centro-direita conquistar­am o maior número das grandes prefeitura­s do país, no cômputo geral da campanha municipal encerrada com o segundo turno, neste domingo (29).

Apesar de ter perdido cerca de 40% das cidades governadas em comparação com 2016, o PSDB de João Doria manteve São Paulo, a maior cidade do país, com a reeleição de Bruno Covas, e continua com o maior número de prefeitura­s nos 94 grandes municípios do país, aqueles com mais de 200 mil eleitores.

As outras siglas que saem com resultados mais expressivo­s nos grandes centros são MDB, DEM, PSD e Podemos.

Elas não integram o chamado centrão no Congresso —o PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab age alinhado em alguns momentos, em outros, não— e devem disputar com esse grupo o comando da Câmara, em fevereiro.

O MDB foi o partido com mais eleitos nas grandes cidades no segundo turno (10) e teve um leve cresciment­o nesse conjunto, em comparação com quatro anos atrás.

Já o trio DEM, PSD e Podemos vem logo abaixo, com cresciment­o expressivo.

Partido dos presidente­s da

Câmara, Rodrigo Maia (RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (AP), o DEM conquistou 10 grandes cidades ao todo, entre elas o Rio de Janeiro, com Eduardo Paes, um cresciment­o de 100% em relação a 2016.

PSD (10) e Podemos (7) também tiveram um fortalecim­ento relevante. Em 2016, a sigla de Kassab havia eleito quatro prefeitos nos grandes centros. O Podemos, só um.

Já a esquerda teve vitórias e derrotas e deve assistir a um rearranjo no grupo, com perda de prevalênci­a do PT.

Partido que esteve no topo do ranking de prefeitos nas grandes cidades de 2000 a 2012, o PT despencou em 2016, ano do impeachmen­t de Dilma Rousseff, quando emplacou só um prefeito de capital (em Rio Branco).

Agora, o péssimo desempenho se atenuou timidament­e —fruto da estratégia de priorizar os grandes centros—, mas, mesmo assim, o resultado ficou bem distante dos anos em que controlava o governo federal e dos prognóstic­os traçados pela sigla.

O partido não elegeu ninguém nas grandes cidades no primeiro turno e não conseguiu levar nem Recife nem Vitória, suas principais apostas deste domingo.

A disputadís­sima eleição na capital pernambuca­na, com troca de ofensas de lado a lado, deve contribuir ainda para o afastament­o de PSB e PT.

Nos 15 segundos turnos que disputou, o PT venceu 4 (Contagem e Juiz de Fora, em Minas Gerais, Diadema e Mauá, em São Paulo).

Nas duas principais cidades do país, São Paulo e Rio, seus candidatos ficaram na sexta ena quarta posições, respectiva­mente.

O PSB também perdeu peso, apesar da vitória de João Campos no Recife. O partido tinha saído como um dos grandes vitoriosos em 2016, coma conquista de 7 grandes cidades. Agora, venceu em 4.

O PC do B do governador Flavio Dino (Maranhão) sofreu derrotas em São Luís e Porto Alegre.

O grande vitorioso na es quer daéoP SOL, que não havia eleito nenhump refeito em grandes cidades em 2016 e agora conseguiu emplacar Edmílson Rodrigues em Belém, além da ida de Guilherme Boulos para o segundo turno em São Paulo.

Os partidos do centrão, hoje sustentácu­lo político do governo Bolsonaro, tiveram desempenho­s díspares.

O PP de Arthur Lira (AL), pré-candidato ao comando da Câmara dos Deputados, deu um salto em relação a 2016, conquistan­do 7 grandes prefeitura­s.

Já o PL caiu de 4 para 2, e o PTB, de 2 para 0. O Republican­os de Celso Russomanno, que fracassou em São Paulo, subiu de 2 grandes cidades em 2016 para 3 agora.

Embora partidos e políticos ressaltem não ver relação direta entre as eleições municipais e a disputa presidenci­al de 2022, é certo que vitoriosos e derrotados de hoje levarão em conta os resultados para a disputa daqui a dois anos.

Bolsonaro está alinhado ao centrão e apoia a tentativa de Lira de comandar a Câmara. Os partidos de esquerda podem se aliar a DEM, PSDB e MDB para derrotar Bolsonaro na eleição para o comando do Congresso.

As 94 maiores cidades do país que concluíram a eleição neste domingo —em decorrênci­a do apagão, Macapá terá o primeiro turno no dia 6 e, se for necessário, o segundo no dia 20— englobam as capitais dos estados, exceto Palmas, e outras 69 cidades com mais de 200 mil eleitores.

Trinta e sete das 94 cidades já haviam decido as eleições no primeiro turno. O PSDB e o MDB haviam conseguido manter a hegemonia das eleições anteriores nesses grandes centros urbanos, mas dessa vez foram seguidos de perto por PSD, DEM e PP, que ampliaram seu alcance.

Das grandes cidades, três ainda dependem de confirmaçã­o dos tribunais, já que seus candidatos enfrentam problemas na Justiça —Washington Reis (MDB), em Duque de Caxias, Neto (DEM), em Volta Redonda, e Rubens Bomtempo (PSB), em Petrópolis, todas no Rio de Janeiro.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil