Folha de S.Paulo

Edmilson Rodrigues, do PSOL, derrota delegado em Belém

- Monica Prestes

manaus O deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL), 63, foi eleito para comandar Belém. Ele teve 51,76% dos votos válidos e derrotou o delegado federal licenciado Everaldo Eguchi (Patriota), 57, o Delegado Eguchi, que era apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e teve 48,24% dos votos válidos.

Em uma rede social, Rodrigues comemorou: “O prefeito tá on”.

Arquiteto e urbanista formado pela UFPA (Universida­de Federal do Pará) e doutor em geografia humana pela USP (Universida­de de São Paulo), Rodrigues também atuou como professor universitá­rio.

Eleito para a sua terceira gestão como chefe do Executivo municipal, ele iniciou a carreira política em 1986, como deputado estadual pelo PT no Pará.

Em 1990 foi reeleito e, em 1996, foi eleito prefeito da capital do estado pela primeira vez. Quatro anos depois, conquistar­ia a reeleição para o cargo, ainda pelo PT.

Rodrigues chegou a ser cotado como nome a ser lançado pelo diretório estadual à pré-candidatur­a do PT na eleição presidenci­al de 2002, quando o expresiden­te Lula foi eleito pela primeira vez.

Após o fim da sua segunda gestão municipal, em 2005, ele trocou o PT pelo PSOL e ficou longe dos cargos eletivos por seis anos, até ser eleito deputado estadual em 2010. Quatro anos depois, foi eleito deputado federal pelo Pará, cargo para o qual foi reeleito em 2018.

Candidato da coligação Belém de Novas Ideias (PT/Rede/UP/PCdoB/ PSOL/PDT), Rodrigues conseguiu reunir os partidos de esquerda em torno de sua candidatur­a, ao contrário de outras capitais brasileira­s onde essas agremiaçõe­s “pulverizar­am” seus votos em candidatur­as independen­tes, sem alianças. Assim, teve 32,22% dos votos no primeiro turno, ante 23,06% de Eguchi.

O candidato derrotado é economista, advogado e delegado da Polícia Federal desde 2007, mas se licenciou em junho para concorrer pela primeira vez à Prefeitura de Belém.

Em 2018, Eguchi chegou a se candidatar a deputado federal pelo PSL, o mesmo partido de Bolsonaro na época, mas não foi eleito.

Alinhado às ideias de Bolsonaro, chegou ao segundo turno com um discurso de combate à corrupção e defesa dos “valores da família e da pátria”.

“Totalmente contra” medidas de restrição de circulação como o lockdown e o fechamento de escolas durante a pandemia de Covid-19, Eguchi chegou a comemorar o cresciment­o nas pesquisas no início da campanha do segundo turno, após a divulgação de um vídeo do presidente apoiando a candidatur­a dele em Belém, cidade onde Bolsonaro teve maioria dos votos em 2018.

Naquele ano, Bolsonaro foi menos votado no Pará, com 45,19% dos votos, ante 54,81% do petista Fernando Haddad.

Mas, em Belém, o cenário foi o contrário: Bolsonaro teve maioria, com 54,93% dos votos, ante 45,07% do petista.

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