Folha de S.Paulo

PSDB é o partido que terá maior população governada

Tucanos elegem menos prefeitos, mas ficam à frente de ranking, com MDB em 2º; DEM e centrão crescem

- Felipe Bächtold e Leonardo Diegues

são paulo Empurrado pela vitória em São Paulo, o PSDB se manterá como o partido que governa uma parcela maior da população, embora tenha perdido o controle de importante­s metrópoles nos estados.

Terão prefeitos tucanos 34,1 milhões de pessoas país afora, ante 26,1 milhões do segundo partido com o maior nesse quesito, o MDB.

De maneira geral, em relação há quatro anos, o poder político estará menos concentrad­o em poucos partidos.

O recorte de população governada tem importânci­a no jogo de forças partidário do país porque reflete as zonas de influência de cada agremiação, um ativo na hora da montagem dos palanques nas eleições gerais de 2022.

Também reflete o peso orçamentár­io soba administra­ção de cada legenda, fator relevante para a confecção de vitrines políticas o una formação de novas lideranças de projeção nacional.

Só na capital paulista, o PSDB governará 12,3 milhões de habitantes.

O partido, porém, encolheu 35% no número de prefeitos eleitos em relação ao pleito de 2016 evai sair de grandes prefeitura­s, como Porto Alegre, Manaus e Teresina. Mas permanece com hegemonia no estado de São Paulo, onde tem o governador há sete mandatos e ampliou agora a quantidade de prefeitura­s.

Em outro estado onde tem o governador, o Rio Grande do Sul, venceu em três cidades no segundo turno: Santa Maria, Caxias do Sule Pelotas.

Em 2016, impulsiona­do por uma onda de rejeição ao PT, os tucanos haviam atingido a maior marca de população governada neste século, com 49 milhões de pessoas.

O MDB, que continua como líder em prefeitos eleitos pelo país, embora com uma retração de 25% em relação a 2016, reverteu em partes um fenômeno ocorrido em 2018.

Naquele ano, alvejado na onda de renovação nas eleições gerais, sofreu derrotas com antigos caciques, como Romero Jucá (RR) e Valdir Raupp (RO).

Agora, ganhou importante­s prefeitura­s com no mesque remetem àsuatra dição política, como em Boa Vista, reduto de Jucá, em Cuiabá (MT) e principalm­ente em Goiânia, onde quem venceu foi Maguito Vilela, que tinha sido governador de Goiás mais de 20 anos atrás.

O DEM, que passou por reveses nos tempos em que o PT tinha a Presidênci­a, dobrou a população governada, além de ter sido um dos partidos que mais aumentaram a quantidade de prefeitos eleitos.

A quantidade de eleitores é diretament­e influencia­da pela eleição de Eduardo Paes no Rio, segundo município mais populoso do país, com 6,7 milhões de habitantes.

O partido também obteve reeleições em primeiro turno em 2 das 3 capitais sulistas —Curitiba e Florianópo­lis. O paranaense Rafael Greca e o catarinens­e Gean Loureiro, porém, têm pouco tempo de legenda —haviam vencido em 2016, respectiva­mente, pelo PMN e MDB.

O DEM pode estender seus redutos eleitorais caso vença em Macapá (AP), onde a eleição foi adiada por causa de um apagão no início do mês. Nessa cidade, o partido chegou a aparecer à frente em pesquisas, com o candidato Josiel Alcolumbre.

Integrante do bloco parlamenta­r conhecido como centrão, o PP também foi um dos que mais avançaram em número de prefeitos eleitos: governará 16,6 milhões.

Nas capitais, venceu em João Pessoa (PB) e em Rio Branco (AC), município que detinha a marca de eleger apenas prefeitos petistas desde 2004.

O PSD, também integrante do centrão, emplacou no primeiro turno a reeleição de Alexandre Kalil em Belo Horizonte e de Marquinhos Trad em Campo Grande (MS) e agora conseguiu renovar o mandato em Guarulhos, maior município que não é capital no país, com 1,4 milhão de habitantes.

Também ganhou em Campos dos Goytacazes, no Rio, que voltará a ser governada pela família Garotinho. Depois de quatro mandatos do casal Anthony e Rosinha a partir dos anos 1980, o vitorioso foi Wladimir Matheus de Oliveira, 35, filho do casal e hoje deputado federal. Mas a candidatur­a ainda está sub judice.

No espectro político mais à esquerda, o PDT permanece no ranking de população governada à frente do PT, que sofre retração na quantidade de prefeitos eleitos.

Pedetistas vão governar Aracaju (SE) e Fortaleza. O PT, pela primeira vez desde a redemocrat­ização, não ganhou em capitais.

Em 2016, já havia sofrido uma queda de 60% no número de prefeitos eleitos. Diferentem­ente da situação de quatro anos atrás, quando a campanha ocorreu em meio ao processo de impeachmen­t de Dilma Rousseff e ao auge da Lava Jato, desta vez o partido teve algum sucesso em regiões metropolit­anas. Elegeu os prefeitos de Diadema e Mauá (ambas na Grande São Paulo) e em Contagem (MG).

Destaque no campo da esquerda ao passar para o segundo turno em São Paulo, o PSOL elegeu pela segunda vez em sua história um prefeito em capital, com Edmilson Rodrigues, em Belém. A população governada por psolistas passará, portanto, a 1,5 milhão.

Já o PSL, partido pelo qual Jair Bolsonaro se elegeu em 2018, terá em Ipatinga (MG) a sua principal cidade. A sigla ainda concorre em Macapá.

Outro partido que se destacou em 2018, o Novo elegeu pela primeira vez um prefeito no país. Foi no interior de Santa Catarina, um dos estados mais identifica­dos com o bolsonaris­mo dois anos atrás.

Empresário do setor farmacêuti­co e novato na política, Adriano Silva, 42, foi eleito em Joinville, cidade mais populosa do estado, com quase 600 mil moradores.

O Republican­os perdeu a Prefeitura do Rio, com a derrota de Marcelo Crivella, mas aumentou a quantidade de prefeitos eleitos em relação a 2016 e mostrou força no interior de São Paulo, com vitórias em Campinas e Sorocaba.

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