Redesenho à direita
Fechadas as urnas do segundo turno, todos querem saber quais são os maiores vencedores e os maiores perdedores. Muito ainda ser ádito sobreis sonas próximas semanas e meses, mas, noca lordo momento, oque podemos identificar?
Sob qualquer critério que se observe, DEM, PSD e PP se saíram bem. Esses partidos aumentaram o número de cidades que controlarão, elegeram mais prefeitos no grupo das 95 grandes cidades (as capitais, exceto Macapá, e cidades com mais de 200 mil eleitores) e receberam mais votos para prefeito e vereador em comparação com 2016.
O maior destaque, sem dúvida, ficou com o PSD, de Gilberto Kassab, a despeito de o DEM, partido dos presidentes da Câmara e do Senado, ter tido desempenho comparável e começar 2021 governando quatro capitais: Rio, Salvador, Curitiba e Florianópolis.
O Republicanos, embora ainda não esteja no mesmo patamar, também se destaca. Esses partidos fazem parte do grupo de legendas de direita e centro-direita que não têm dificuldades de se alinhar com o governo de plantão.
PSDB e MDB foram os maiores derrotados nas urnas (tanto em número de cidades que governarão como em número de votos), embora, claro, estejam longe de se terem tornado partidos irrelevantes.
Todos perderam votos para prefeitos e vereadores e diminuíram o número de cidades governadas em quantidade expressiva, embora nenhum esteja ameaçado no que tange a sua sobrevivência.
Apesar da vitória na capital paulista, o declínio dos tucanos foi inequívoco: comparando o primeiro turno de 2016 com o de 2020, caíram de 17% para 10% dos votos válidos para prefeito no país. Também foi o partido que mais perdeu cidades governadas, tanto no grupo das 96 grandes cidades quanto no total do país. No primeiro caso, caíram de 29 para 17 cidades.
O partido também se tornou mais geograficamente concentrado no estado de São Paulo, que agora responde por 33% das prefeituras governadas pelo partido, ante 21% em 2016. Nada menos que 9 dessas estão nas cidades do G95.
O MDB acompanha de perto o declínio do PSDB. Elegeu 265 prefeitos amenos que em 2016 e teve 11% devotos no primeiro turno, ante 14% no pleito anterior.
Ainda assim, MDB e PSDB estão entre os partidos com o maior número de prefeitos elei tosem 2020:779 e516,respectiv amente, esaemd as urnasgo vernando, somados, nove capitais. Ou seja, embora o tombo tenha sido grande, os partidos chegarão a 2022 com boas condições de eleger uma significativa bancada de deputados federais, e parece que não terão dificuldades em superara cláusula de desempenho de 2% dos votos nacionais.
A esquerda teve um desempenho abaixo do esperado: o PT não elegeu nenhum prefeito de capital pela primeira vez desde 1985, ainda que tenhas e recupera doem relação a 2016 no grupo das 95 maiores cidades.
O desempenho de Manuela d’Ávila e de Guilherme Boulos —jovens lideranças que despontam nesse campo junto ao prefeito eleito do Recife—, embora seja emblemático e os coloque em posição de destaque para disputar qualquer cargo em 2022, ficou abaixo do que projetaram as últimas pesquisas e suas campanhas.
O que se pode prever para 2022 com esse cenário? Isso dependerá muito da posição que PSD, DEM, PP e Republicanos venham a assumir. Vejo três cenários possíveis:
1) os partidos podem aderir definitivamente à base de Bolsonaro, inclusive um deles vindo a ser o partido do presidente na eleição de 2022 (pelos vínculos históricos, apostaria no PP);
2) podem se uni relançar uma candidatura presidencial própria, competindo à direita com o presidente e empurrando uma eventual candidatura do PSDB para algo mais próximo de Covas 2020 do que de Doria 2018;
3) podem coordenar com o PSDB e turbinar uma candidatura presidencial de Doria, oque, a depender do contexto econômico e dos escândalos, pode dificultar avida de Bolsonaro.
De toda sorte, ainda que nada disso aconteça, prefeitos são importantes cabos eleitorais para deputados e podem ter influência no desempenho de seus partidos na disputa para esse cargo, oque nãoép ou coem tempos de fim de coligações proporcionais e aumento da cláusula de barreira.