Folha de S.Paulo

Covas é reeleito; no país, PT e Bolsonaro são derrotados

★ É POSSÍVEL FAZER POLÍTICA SEM ÓDIO, DIZ PREFEITO ★ APOIADOS PELO PRESIDENTE CAEM NAS URNAS ★ PARTIDO DE LULA FICA SEM ELEITOS EM CAPITAIS ★ ABSTENÇÃO VAI A 29,5% COM COVID

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Bruno Covas Lopes (PSDB), 40, foi reeleito ontem prefeito de São Paulo, para o período de 2021 a 2024, confirmand­o o favoritism­o apontado em pesquisas. O tucano teve 59,38% dos votos, contra 40,62% do adversário Guilherme Boulos (PSOL), 38. Mesmo derrotado, o líder de movimentos de moradia ganhou projeção política como nome da esquerda, especialme­nte diante do enfraqueci­mento do PT de Lula, que restou sem capitais pela primeira vez em 35 anos.

A vitória de Covas impulsiona o projeto de João Doria para o Planalto em 2022 —apesar de o governador, que renunciou à prefeitura, ter sido escondido da campanha devido à sua alta rejeição na capital.

Consolida também um dos fracassos simbólicos de Jair Bolsonaro nas eleições deste ano. O presidente, que trata Doria como um dos seus principais rivais, teve a maioria de seus candidatos derrotada.

No discurso da vitória, Covas afirmou que São Paulo disse não ao negacionis­mo, em referência a Bolsonaro, e fez especial deferência a seu vice na chapa, Ricardo Nunes (MDB), ligado a entidades gestoras de creches investigad­as por supostas irregulari­dades.

Ao contrário do primeiro turno, a divulgação dos resultados foi rápida. Porém a alta abstenção, em meio à pandemia, se repetiu: 29,5%, contra 23,14% há 15 dias. No Rio, superou os votos dos candidatos Eduardo Paes, o vencedor, e Marcelo Crivella.

são paulo Bruno Covas Lopes (PSDB), 40, foi reeleito neste domingo (29) prefeito de São Paulo, para o mandato 20212024, confirmand­o as pesquisas. Ele recebeu 3.169.121 votos (59,38% dos válidos), contra 2.168.109 (40,62%) de Guilherme Boulos (PSOL).

Mesmo derrotado, o líder de movimentos de moradia ganha projeção como nome da esquerda por chegar ao 2º turno no maior colégio eleitoral do país. O PT não venceu em nenhuma capital.

A vitória de Covas pode impulsiona­r o projeto de João Doria (PSDB) para o Planalto em 2022 —escondido da campanha devido à sua alta taxa de rejeição.

O resultado paulistano consolida um dos fracassos simbólicos de Jair Bolsonaro, que trata Doria como um dos seus principais rivais. No 2º turno, Marcelo Crivella (Republican­os) sofreu ampla derrota no Rio para Eduardo Paes (DEM), Capitão Wagner (PROS) perdeu para Sarto (do PDT de Ciro Gomes) em Fortaleza, e Delegado Eguchi (Patriota) para Edmilson Rodrigues (PSOL) em Belém.

Covas reforçou a promessa de cumprir os quatro anos de mandato. Em tratamento de câncer, terá como uma prova de fogo os desdobrame­ntos da pandemia. Ante a alta de casos, a cidade de São Paulo poderá retroceder de fase no Plano SP contra a doença, com anúncio de medidas já nesta segunda (30).

Após falha em aplicativo e atraso nos resultados no 1º turno, o TSE não teve grandes problemas tecnológic­os. Mas a alta taxa de ausências se repetiu.

Com quase todas as urnas apuradas, a abstenção nacional era de 29,5%, maior índice desde 1996. Na primeira etapa, faltaram 23,14% eleitores. Em São Paulo, agora, a taxa foi de 30,81%, valor superior às duas eleições anteriores —em 2016 a cidade não teve segundo turno.

O PT venceu apenas 4 das 14 disputas deste domingo: Juiz de Fora (MG), Contagem (MG), Diadema (SP) e Mauá (SP).

A candidata do PC do B à Prefeitura de Porto Alegre, Manuela d’Ávila, perdeu de Sebastião Melo (MDB), em outra derrota da esquerda. Maguito Vilela (MDB), internado e sedado por complicaçõ­es da Covid, venceu em Goiânia.

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Adriano Vizoni/Folhapress Doria e Covas no discurso da vitória em diretório do PSDB, em São Paulo
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Eduardo Knapp/Folhapress

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