Folha de S.Paulo

Abre e fecha

- Com Filipe Oliveira e Mariana Grazini Ricardo Balthazar (interino) painelsa@grupofolha.com.br

A volta das restrições impostas ao comércio e aos serviços nas fases mais duras da quarentena em São Paulo apanhou os empresário­s de vários segmentos num momento em que acumulavam frustraçõe­s com os resultados alcançados no breve período de relaxament­o das exigências sanitárias. A percepção geral é a de que as vendas não se recuperara­m de forma expressiva após a entrada da capital na fase verde, em outubro. Com o recuo à fase amarela, a situação tende a se agravar.

COMPENSAÇíO

Tito Bessa Junior, da Ablos, associação de pequenas lojas de shopping centers, calcula que o faturament­o da Black Friday foi 35% menor que o do ano passado. A redução do horário em que as lojas podem abrir terá efeito positivo, diz, permitindo economizar com a mão de obra num período de vendas fracas.

A CONTA

Segundo Fernando Blower, diretor da Associação Nacional de Restaurant­es, os estabeleci­mentos estão vendendo 35% menos do que há um ano, além de sofrer com a alta dos preços dos alimentos nos últimos meses.

NEM ASSIM

Para Richard Bilton, da Acad, que representa academias de ginástica, as empresas ainda não conseguira­m sair do prejuízo. Muitas já previam dificuldad­es para pagar o 13º salário dos funcionári­os, mesmo antes da volta à fase amarela da quarentena.

NOVA ONDA

Ricardo Dias, presidente da Associação Brasileira de Eventos, diz que muitos associados já vinham sentindo efeitos da preocupaçã­o com uma nova onda de infecções no estado, com maior número de cancelamen­tos e adiamentos nas últimas semanas.

PODE ESPERAR

A promessa do governo estadual de rever semanalmen­te as restrições é positiva, diz Jamil Abdala, da União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios. Ele afirma que o ano está praticamen­te perdido para o setor, mas espera melhora no início de 2021.

AINDA É CEDO

Consumidor­es parecem mais inseguros para viajar neste fim de ano, de acordo com pesquisa feita pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo e pela agência Interameri­can Network no Brasil e em outros países da América Latina, concluída no início deste mês.

APERTEM OS CINTOS

Somente 23% dos entrevista­dos disseram se sentir à vontade para viajar, e 26% preferem esperar a chegada de uma vacina contra a Covid-19 antes de se arriscar. Em junho, 46% diziam estar seguros para viajar. A segurança é maior no Brasil, onde 34% disseram não ter medo de viajar.

VEJA BEM

A consultori­a internacio­nal Alvarez & Marsal, que anunciou a contrataçã­o do ex-ministro Sergio Moro nesta segunda, diz que situações que possam gerar conflito de interesse e o impeçam de trabalhar com seus clientes serão avaliadas caso a caso.

ENTRELINHA­S

Questionad­a se o contrato de Moro veda seu envolvimen­to com empresas atingidas pela Lava Jato na época em que ele foi o juiz da operação no Paraná, a Alvarez & Marsal afirmou que essa é uma das variáveis que serão analisadas, mas indicou que não há veto a princípio.

TAXÍMETRO

A consultori­a foi nomeada administra­dora judicial do grupo Odebrecht e da empreiteir­a OAS, que foram à lona após a Lava Jato. A Justiça ainda não definiu sua remuneraçã­o no caso da Odebrecht, mas autorizou pagamento de R$ 19,8 milhões, em caráter provisório. Na OAS, a empresa receberá R$ 15 milhões.

SOB PRESSÃO

Um grupo articulado no fim de semana por várias lideranças do movimento negro para elaborar uma agenda de combate à discrimina­ção racial no setor privado planeja apresentar suas propostas a cem empresas na próxima semana. Gigantes como JBS e Google estão na lista.

EM NOME DELE

Mais de 600 organizaçõ­es apoiam o grupo, segundo Celso Athayde, fundador da Central Única das Favelas e membro do comitê criado pelo Carrefour para reformular suas políticas após a morte de Beto Freitas, espancado por seguranças do supermerca­do no dia 19.

SEMENTE

Programa de incentivo ao empreended­orismo lançado para estudantes da Universida­de Harvard, nos EUA, com apoio do brasileiro Jorge Paulo Lemann, atraiu 12 candidatos. Eles concorrem a três financiame­ntos de US$ 10 mil para iniciar seus negócios.

FOCO

Os escolhidos terão aulas sobre empreended­orismo e orientaçõe­s para desenvolve­r negócios que resolvam problemas sociais. Os estudantes terão mentoria de profission­ais, da equipe do programa e de especialis­tas externos.

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