Atacadão terá de punir funcionário que praticar racismo
rio de janeiro A Justiça do Trabalho do Rio determinou, nesta segunda (30), que o supermercado Atacadão, do grupo Carrefour, deve aplicar imediatamente sanções disciplinares efetivas a empregados que cometam qualquer discriminação contra colegas, como racismo.
A decisão foi tomada no contexto de ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho, que denuncia, além de racismo, outras práticas discriminatórias em estabelecimentos do Atacadão ignoradas pelas chefias, como intolerância religiosa.
No dia 19, o assassinato brutal de João Alberto Freitas em uma loja do Carrefour em Porto Alegre gerou uma série de protestos pelo país. O crime foi citado pela Justiça fluminense na decisão desta segunda-feira para sustentar que a prática discriminatória em estabelecimentos do grupo não se trata de um caso isolado.
Assinada pelo juiz José Dantas Diniz Neto, da 39ª Vara do Trabalho, a determinação vale para todo o território nacional.
Na ação civil pública, o Ministério Público cita o caso da auxiliar de cozinha Nataly Ventura da Silva, que denunciou ter sido vítima de racismo por parte de outro funcionário. Nataly posteriormente foi dispensada pela empresa, que alegou que ela gerava desavenças entre os colegas.
Com base no depoimento de outros empregados, a Justiça concluiu que a chefia tinha ciência das práticas discriminatórias e que não adotou medida punitiva contra os agentes.
Em nota, o Carrefour afirmou que a decisão impõe obrigações que já são cumpridas e que repudia veementemente qualquer tipo de discriminação.