Pioneiro, aqueceu a noite do centro de SP com sofisticação
MAURIZIO LONGOBARDI (1961-2020)
são paulo Os quase 30 anos no Brasil fizeram do fotógrafo italiano Maurizio Longobardi uma das figuras mais importantes da cultura e do entretenimento de São Paulo.
Longobardi atribuiu charme e sofisticação à noite paulistana ao comandar espaços badalados com propostas musicais ousadas.
Vindo de Milão, em 1989, Maurizio desembarcou no Brasil para rodar o documentário “O Brasil Grande e os Índios Gigantes”. O sucesso e o reconhecimento vieram quando se tornou empresário da noite. As casas Brancaleone (primeiro bar voltado à black music da cidade), Grazie a Dio e Studio SP, entre outros, marcaram época.
“O Maurizio nunca perdia a ternura, apesar de parecer durão. Era um cara muito presente, atento aos acontecimentos e nunca se furtava a dar uma opinião. Contei com ele como um conselheiro. Ele foi meu irmão mais velho”, afirma o amigo e ex-sócio Alê Youssef, gestor cultural e ex-secretário municipal de Cultura de São Paulo.
Ambos se conheceram na década de 2000 e foram sócios no Studio SP. “O Maurizio foi um entusiasta do funk tradicional e do samba-rock. As casas dele foram importantes para o renascimento desses dois gêneros”, diz Youssef.
Segundo ele, a ideia d emigrar o Studio SP da Vila Madalena( zona oeste) par aaru a Augusta( centro) parti udo próprio M auri zio .“Ele trouxe uma ideia de transformação urbana do centro a partir da cultura.”
Encerrado em 2013, o Studio SP se transformou em um dos pontos de referência da revitalização da área que ficou conhecida como Baixo Augusta.
“Ele foi importante para a cultura da cidade e fundamental para os movimentos sociais urbanos que se consolidaram a partir dos anos 2000”, diz Alê Youssef.
Maurizio Longobardi morreu no dia 18 de novembro, aos 59 anos, por complicações de um câncer no pâncreas.
ANTONIO FIRMINO SEBASTIÃO
Aos 58, solteiro. Segunda (30). Cemitério Jardim do Pêssego, Itaquera (SP)