Bonde do Miltão

Se os eleitores de São Paulo escolheram a continuidade ao eleger Bruno Covas (PSDB), a orientação deve ser a mesma na Câmara Municipal, onde Milton Leite (DEM) larga como favoritíssimo na briga pela presidência. Chefe do Legislativo em 2017 e 2018, Leite somará o apoio do tucano à costura com o PT, que já votou nele em eleições anteriores com o objetivo de assegurar espaços na Mesa Diretora. A provável vitória é mais uma expressão das dobradinhas entre PSDB e DEM pelo país.

POR FORA

O vereador João Jorge (PSDB) começou a articular também uma candidatura, mas mesmo aliados dizem que ela não deve prosperar,com Leite na parada.

PÓLVORA

Em 2021, a Câmara discutirá a revisão do Plano Diretor da cidade, e o debate deverá marcar um dos ápices de tensão numa legislatura que promete turbulência. Leite e aliados têm interlocução mais próxima com empresas da construção civil, e a oposição, com urbanistas e associações de bairros.

PIRUETA

Ganha corpo no Congresso uma fórmula para descasar os destinos de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP). A tese é que Maia não poderia concorrer a novo mandato no comando da Câmara por já ter sido reeleito, ao contrário de Davi no Senado. Seguem esse raciocínio, por exemplo, o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), e o do PSD na Câmara, Diego Andrade (MG). O STF marcou para sexta (4) discussão sobre o tema.

VEJA BEM

“A reeleição deve ser permitida, independentemente da legislatura. Maia já foi reeleito, Davi, não”, afirma Carvalho. Segundo ele, essa é a opinião pacificada da bancada petista do Senado. Diego Andrade, por sua vez, formalizou a posição em abaixo-assinado nesta terça (1º).

CADEIRAS

Com a eleição da deputada Margarida Salomão (PT-MG) em Juiz de Fora, sua vaga será ocupada pelo PL, que assim somará 42 deputados, distanciando-se como o partido mais numeroso do centrão.

PASSOU DO PONTO

Até o senador Humberto Costa, principal defensor no PT de aliança com o PSB em Recife, condenou o tom usado contra a candidata do partido, Marília Arraes, na disputa. “Foi uma campanha de vale tudo, de rasteira, de apregoar o ódio e o fundamentalismo. Isso obviamente torna difícil o relacionamento entre os partidos”.

HERMANOS

Luciano Huck conversou durante mais de uma hora por telefone nesta terça (1) com o ex-presidente argentino Mauricio Macri. O apresentador e presidenciável pediu um relato de Macri sobre sua experiência administrativa. A conversa, que já estava marcada, ocorreu um dia depois da reunião virtual entre Jair Bolsonaro e seu colega Alberto Fernández.

TRINCHEIRA

Único prefeito eleito pelo Novo, Adriano Silva, de Joinville (SC), engrossa a ala do partido que prega moderação com relação a Jair Bolsonaro. Ele diz ser contra o impeachment, defendido por parte da legenda. “Não tenho essa visão, a gente tem de defender nossas ideias liberais”. Também ressalta a boa relação com o governador Romeu Zema (MG), expoente dos alinhados ao presidente.

GASOLINA

Defensor da linha partidária de não usar recursos públicos, Silva foi abastecido por empresários. Seu maior contribuinte foi Roberto Lombardi, estrela do mercado financeiro, com R$ 37 mil, seguido por Salim Mattar, da Localiza, com R$ 10 mil.

NO SHOW

Deputados de esquerda desistiram de acompanhar in loco a eleição parlamentar na Venezuela, marcada para domingo (6). Parte dos custos seria bancada pelo governo do ditador Nicolás Maduro, mas as dificuldades logísticas para chegar ao país inviabilizaram a viagem.

FIADO

Responsável por administrar 18 unidades e serviços de saúde estaduais em SP, a SPDM tomou empréstimo de R$ 145 milhões junto ao Bradesco em janeiro de 2019, que deverá ser pago em parcelas de R$ 2 milhões até 2029.

alerta

O fato chamou a atenção da CPI das Quarteirizações da Assembleia, que investiga contratos do poder público com empresas do terceiro setor. Em nota, a SPDM diz que o empréstimo não compromete sua saúde financeira e capacidade de atuação.

TIROTEIO

Márcio França e seus aliados disseram que haveria lockdown após o segundo turno. Isso, sim, é estelionato eleitoral

De Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento Regional de SP, sobre críticas de Antonio Neto, vice de França, ao recuo à fase amarela com Mariana Carneiro e Guilherme Seto