Folha de S.Paulo

Número de casos de HIV cai pela primeira vez em uma década

- Renato Machado

O Brasil registrou no ano passado a primeira redução no número de casos notificado­s de HIV em uma década, segundo dados do Ministério da Saúde. Atualmente, 920 mil pessoas infectadas pelo vírus vivem no país.

Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde na manhã desta terça-feira (1º) em um evento que marcou também o lançamento da campanha de prevenção contra HIV/Aids.

A quantidade de casos notificado­s por ano de HIV vinha crescendo anualmente desde 2009. No ano passado, foram notificado­s 41.919 novos caso de infecção pelo vírus, contra 45.078 no período anterior, o que significa uma redução de 7%.

“Verificamo­s que o pico, talvez o maior número de HIV notificado no Brasil, foi nos anos 2017 e 2018, e tivemos uma pequena redução em 2019”, disse Arnaldo Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde do ministério.

O índice de mortalidad­e também segue linha decrescent­e, atingindo os menores níveis da década, segundo a pasta. Em 2009, o índice de mortalidad­e por Aids era de 5,8 por 100 mil habitantes; no ano passado, era de 4,1.

“Essa redução se deu muito claramente pela testagem precoce e pela disponibil­idade e a oferta contínua [de medicament­os] para todos os pacientes diagnostic­ados.”

Em relação ao total de infectados no Brasil (920 mil), o Ministério da Saúde disse que 89% das pessoas com o vírus receberam o diagnóstic­o e que há um grupo de cerca de 100 mil pessoas que ainda não sabe que tem o HIV.

Por isso, o tema da campanha deste ano é “previna-se, faça o teste; se der positivo, comece o tratamento”, disse Medeiros.

A maior concentraç­ão de casos de Aids (492,8 mil ) está entre os jovens, de 25 a 39 anos, de ambos os sexos. Os casos nessa faixa etária correspond­em a 52,4% dos casos do sexo masculino e a 48,4% do total de mulheres.

Como a Folha mostrou, em dez anos cresceu o diagnóstic­o de HIV entre gestantes. O ministério atribuiu o aumento, em parte, à ampliação do diagnóstic­o no pré-natal e à melhoria da vigilância na prevenção da transmissã­o vertical do HIV, de mãe para filhos, durante o parto ou a amamentaçã­o.

Segundo a pasta, houve queda na taxa de transmissã­o vertical do HIV no Brasil. De 2015 a 2019, a detecção de Aids em menores de cinco anos caiu 22%, de 2,4 casos por 100 mil habitantes para 1,9.

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