Folha de S.Paulo

Paulistano­s podem fazer teste pela saliva na USP

- Elton Alisson

AGÊNCIA FAPESP O Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (Cegh-Cel) da USP disponibil­iza a partir desta terça (1º) um teste capaz de diagnostic­ara Covid-19 pe la saliva.

O exame poderá ser feito inicialmen­te por moradores da capital paulista ao custo de R$ 90 (para quem for à instituiçã­o para acoletada amostra de saliva) ou de R$ 150 (para quem optar por fazer a auto coleta e enviara amostra para análise por um serviço de retirada e entrega disponibil­izado pelo centro).

Para solicitar o teste é preciso fazer um cadastro no link disponível no site do Cegh-Cel, ligado ao Instituto de Biociência­s (IB-USP).

“Inicialmen­te realizarem­os no máximo 90 testes por dia [por ordem de cadastro], cujos resultados serão disponibil­izados em até 24 horas”, diz à Agência Fapesp Maria Rita Passos-Bueno, pesquisado­ra do Cegh-Cel e coordenado­ra do projeto.

O método é uma alternativ­a ao exame de RT-PCR, considerad­o o padrão-ouro para detectar o novo coronavíru­s durante a fase aguda da infecção, e similar aos já desenvolvi­dos no Brasil e em outros países como objetivo de aumentara disponibil­idade e a rapidez e diminuir os custos para realização de testes moleculare­s por meio de simplifica­ções dos processos.

Segundo Passos-Bueno, o teste está de acordo com as diretrizes determinad­as pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Nos Estados Unidos, a FDA (agência regulament­adora de alimentos e fármacos) concedeu até o fim de agosto autorizaçã­o para uso emergencia­l de cinco testes baseados em saliva.

No Brasil, o laboratóri­o de genômica Mendelics criou e já comerciali­za um teste similar, e pesquisado­res da Universida­de Federal de Goiás (UFG) estão desenvolve­ndo um kit na mesma linha.

O teste é baseado em uma técnica molecular amplamente utilizada para o diagnóstic­o de doenças infecciosa­s, como dengue, chikunguny­a, hepatite A e zika, chamada RT-Lamp (sigla em inglês de transcriçã­o reversa seguida por amplificaç­ão isotérmica mediada por alça).

Atécnica tem algumas semelhança­s como método RTP CR. E mambas as técnicas são induzidas reações para a realização de uma fase de transcriçã­o reversa (RT), na qual o RNA do vírus é transforma­do em DNA, e uma fase de amplificaç­ão, em que regiões específica­s do vírus são replicadas milhões de vezes para que o patógeno possa ser identifica­do.

Porém, o teste RT-Lamp desenvolvi­do no Cegh-Cel não requer a extração do RNA do vírus para ser detectado, o que é feito no RT-PCR por me iode reagentes importados, que são caros e frequentem­ente escassos no merca- do, dependendo da demanda.

“Conseguimo­s desenvolve­r as enzimas necessária­s para a realização desse processo, que são os principais insumos do teste, por meio de um trabalho desenvolvi­do pelo professor Shaker Chuck Farah, do Instituto de Química (IQ) da USP”, diz Passos-Bueno.

Os interessad­os devem se cadastrar pelo site www.genomacovi­d19.ib.usp.br. No formulário­s erá possível escolher entrefazer acoleta presencial no Cegh-Cel (situado na Cidade Universitá­ria) ou a autocoleta. As informaçõe­s sobre a data e o horário disponívei­s serão enviadas para o email cadastrado.

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