Folha de S.Paulo

Equilíbrio dos modais e retomada da Transnorde­stina são prioridade­s

Realizado no Complexo Administra­tivo do Porto de Suape, o Fórum Nordeste Export debateu questões como a desburocra­tização e a ampliação das exportaçõe­s de cargas produzidas na região

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Anecessida­de de equilibrar a matriz de transporte, de desburocra­tizar a atividade portuária e de investir em infraestru­tura foram algumas das principais questões debatidas no primeiro Fórum Nordeste Export, que aconteceu nos dias 26 e 27 de outubro, no Centro Administra­tivo de Suape, em Pernambuco. Temas como a retomada da construção da ferrovia Transnorde­stina e o potencial de aumento das exportaçõe­s de cargas produzidas no Nordeste também foram abordados.

O secretário-executivo do Ministério da Infraestru­tura, Marcelo Sampaio, foi um dos expositore­s do painel “Gargapra), los do Transporte Multimodal do Nordeste”. Ele destacou os esforços do governo para equilibrar a matriz de transporte, com investimen­tos em ferrovias, hidrovias e rodovias, apesar das dificuldad­es. “O orçamento no setor já chegou a R$ 20 bilhões e atualmente está em R$ 7 bilhões”, afirmou, garantindo que a meta é dobrar esse valor, além de reduzir a burocracia e fortalecer a cabotagem com o programa BR do Mar. Adalberto Tokarski, diretor da Antaq (Agência Nacional de Transporte­s Aquaviário­s), destacou as potenciali­dades dos portos do Nordeste.

O presidente da Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac), Cleber Lucas, ressaltou a importânci­a do BR do Mar, mas observou que são necessário­s ajustes para ter mais segurança fiscal. A redução tributária também foi abordada no debate, que ainda contou com participaç­ão dos conselheir­os Fábio Silveira (sócio-diretor da Gallotti Advogados Associados) e Fábio Siccherino (diretor da DP World Santos) e do presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop), Sergio Aquino.

A conclusão da Transnorde­stina foi o destaque do painel “A Necessidad­e de Investimen­tos para o Cresciment­o do Nordeste”. O superinten­dente da Sudene, Evaldo Cruz Neto, defendeu que é preciso “liberar todas as amarras” da obra.

Já na discussão sobre “Exportação de Produtos e a Competitiv­idade da Produção Brasileira no Exterior”, foi ressaltado que a exportação de frutas do Brasil ainda precisa avançar. Jorge Souza, gerente de exportaçõe­s da Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores Exportador­es de Frutas e Derivados), afirmou que o Brasil participa apenas de 1,2% no negócio global de exportação de frutas, estimado em US$ 71,3 bilhões. “Não se justifica a participaç­ão tão pequena, mas somos competitiv­os. É preciso uma política de Estado, não só de governo, mais articulaçã­o e integração com setores privados.”

No último painel, que debateu o potencial econômico e estratégic­o do Nordeste, a secretária-executiva de Políticas de Desenvolvi­mento Econômico de Pernambuco, Maíra Fischer, afirmou que a região deve apresentar um cresciment­o maior na retomada econômica. “Mas não adianta nenhum estado desenvolve­r estratégia­s para crescer sozinho. Se trabalharm­os de maneira integrada, podemos crescer ainda mais”, afirmou.

Luiz Barros, diretor de Desenvolvi­mento de Negócios do Porto de Suape, mostrou os dados da região, que concentra 57 milhões de pessoas. “É importante que o Nordeste participe do desenvolvi­mento do país”, ressaltou.

O Nordeste e o Brasil são gigantes. Sem acessos ferroviári­os aos portos, nossos produtos jamais serão plenamente competitiv­os. E o alto custo logístico continuará a atrapalhar a eficiência de nossos negócios Trecho da Carta do Nordeste Export lida por Aluísio Sobreira, presidente do Conselho do Nordeste Export

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Alessandro Dias / Estúdio Folha Aluísio Sobreira, presidente do Conselho do Nordeste Export
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