Investimento em dragagem contínua é questão de soberania
Tema foi um dos principais destaques do Fórum Sul Export, em Curitiba; secretário dos Portos detalhou programa de incentivo ao setor
Realizado em Curitiba nos dias 5 e 6 de outubro, o Fórum Sul Export abordou um dos temas mais urgentes para o setor hidroviário no sul do país, como ressaltou Jesualdo Silva, presidente do Sul Export, na leitura da carta do evento: “Talvez o principal desses problemas para os portos da região Sul seja a questão da dragagem. Os portos brasileiros precisam de serviços permanentes de dragagem. Que sejam contínuos, sem interrupções causadas por burocracias”.
O assunto foi debatido no painel “Dragagem Permanente
Visando Ganhos Operacionais dos Portos”, que contou com moderação de Juarez Moraes e Silva, e a apresentação do prático João Bosco de Brito Vasconcelos, ambos conselheiros do Sul Export. Entre os expositores estavam Julio Cesar Dias, da Secretaria Nacional de Portos de Transportes Aquaviários do Ministério da Infraestrutura, o capitão-de-fragata César Reinert Bulhões, da Marinha do Brasil, Fernando Estima, superintendente dos portos do Rio Grande do Sul, Luiz Fernando Garcia da Silva, diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), e Wilen Manteli, consultor do Conselho Deliberativo da ABTP (Associação Brasileira dos Terminais Portuários).
A carta do Fórum Sul Export resumiu o debate realizado no painel: “O maior desejo da comunidade portuária é a dragagem permanente. A implantação da dragagem contínua evitaria novos ciclos de enfrentamento jurídico e ambiental, aproveitando contratos já pacificados. A manutenção de um calado adequado nos portos é uma questão de Custo Brasil e até de soberania nacional. O canal de acesso é o coração de um porto. É essencial manter investimentos e qualidade para evitar embaraços na movimentação das cargas”.
Em palestra online, o secretário nacional de Portos, Diogo
Piloni, detalhou as nuances que envolvem o BR do Mar – programa de incentivo à navegação de cabotagem –, falou sobre a importância do fomento ao transporte hidroviário e lembrou do posicionamento do governo federal em garantir protagonismo à iniciativa privada e em melhorar o ambiente regulatório.
“Conclamo a todos para participar da discussão do Pró -Brasil, programa de fomento à recuperação econômica do país, e do processo de melhoria do ambiente regulatório. Vale destacar que os investimentos serão majoritariamente privados. Precisamos ter investimentos contínuos em novos terminais, em aumento da capacidade portuária. De nada adianta ter navegação e não ter terminal”, afirmou Piloni.
São importantes as discussões para ajustes no marco regulatório no sentido de promover maior liberdade econômica. Essa regulação tem que ser branda e ser caracterizada pela livre prática do preço Jesualdo Silva, presidente do Conselho do Sul Export e da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP)