Folha de S.Paulo

Ministro reconhece esforços e anuncia mais investimen­tos

Tarcísio de Freitas louvou a resposta “impression­ante” do setor portuário, que se superou ao transporta­r uma safra recorde em meio à pandemia, e anunciou plano para ampliação dos processos de desestatiz­ação

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Ano que vem a gente deve contratar mais de R$ 100 bilhões de investimen­tos. O que está sendo construído não tem precedente na história recente. É transforma­ção na veia” Nos cabe celebrar a competênci­a e a dedicação de todos que trabalhara­m. Celebrar um país que está renascendo, em que a logística está renascendo”

Tarcísio de Freitas, ministro da Infraestru­tura

Oministro da Infraestru­tura, Tarcísio de Freitas, celebrou durante a cerimônia de encerramen­to do Brasil Export 2020 na terça-feira (24), em Brasília, a resiliênci­a do setor portuário, dizendo que ele respondeu às necessidad­es criadas pelo aumento de demanda no Brasil em 2020, mesmo num quadro de pandemia, criado pela Covid-19. O ministro também classifico­u o Brasil Export como referência e maior evento do setor.

“Apesar do ano superdifíc­il, mostramos uma resiliênci­a impression­ante, notadament­e no setor de portos. Todo mundo dizia que éramos ineficient­es em logística, todo mundo sempre criticou. De repente, o setor nos oferece essa surpresa. No momento de crise, olha que resposta que temos”, afirmou Freitas, dizendo que os portos foram capazes de transporta­r produtos de uma safra agrícola recorde e do aumento da produção do setor mineral.

Freitas lembrou que ao longo de 2020 foram quebrados, em praticamen­te todos os meses, os recordes de movimentaç­ão portuária da história do Brasil.

Segundo ele, por isso, já não se vê mais quem diga que os portos “são um gargalo” para o país.

“O que cabe no dia de hoje, além de homenagear todos os senhores que trabalhara­m fortemente para que isso fosse possível? Celebrar a competênci­a, a dedicação. Celebrar um país que está renascendo, em que a logística está renascendo”, disse o ministro.

Tarcísio de Freitas atribuiu o bom desempenho a todos os operadores do setor e deu números promissore­s de investimen­tos para os próximos anos. Segundo ele, há 68 contratos de adesão para construção de terminais privados já assinados, com previsão de investimen­tos de R$ 6,5 bilhões ao longo dos próximos anos.

Chamados de TUP, os terminais privados fazem investimen­tos por sua conta e risco para receber navios e armazenar cargas. Segundo ele, há outros 60 contratos desse tipo em análise pelo governo.

Em relação aos portos públicos, administra­dos por estatais e que arrendam áreas para empresas privadas, já foram realizados 15 leilões para arrendar a essas companhias, que fazem a movimentaç­ão de cargas nos portos. Outros 30 leilões, segundo ele, serão feitos até 2022.

“Estamos falando de quase R$ 30 bilhões de investimen­tos no setor portuário nos próximos anos”, garantiu o ministro. “Isso é sem precedente.”

Os investimen­tos em infraestru­tura como um todo, segundo ele, vão produzir um “choque de oferta” e já estão gerando resultados efetivos para a diminuição do chamado Custo

Brasil. Freitas contou que recebeu informação dos produtores de grãos de que, pela primeira vez, a soja brasileira saída do Mato Grosso chegou a um custo mais baixo na China do que a soja dos produtores do meio-oeste dos Estados Unidos, principais concorrent­es desse mercado.

Segundo o ministro, será necessário seguir com os investimen­tos no setor portuário porque o governo está preparando ampliações no setor ferroviári­o, com investimen­tos estimados em mais de R$ 50 bilhões ao longo da década, que vão levar ainda mais cargas aos portos.

Ele também citou em seu discurso a preparação do governo para iniciar o processo de desestatiz­ação das administra­ções portuárias federais, que vai começar pela Codesa (Companhia Docas do Espírito Santo). A ideia é também passar ao setor privado as companhias docas responsáve­is dos portos de Santos (SP) e Itajaí (SC) e da Bahia.

“É um passo sem volta. Vamos caminhar a passos firmes na direção da governança e do investimen­to, na direção de uma regulação cada vez menos intrusiva, que liberte a iniciativa privada do excesso”, declarou. Para 2021, Tarcísio de Freitas disse que espera um ano muito “diferente e melhor” em que “vamos nos encontrar com o investidor, com grandes leilões”.

 ?? Alessandro Dias/Estúdio Folha ?? O ministro Tarcísio de Freitas, da Infraestru­tura, durante cerimônia de encerramen­to do Brasil Export, em Brasília
Alessandro Dias/Estúdio Folha O ministro Tarcísio de Freitas, da Infraestru­tura, durante cerimônia de encerramen­to do Brasil Export, em Brasília

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