Folha de S.Paulo

Sem caixa dois

- Paula Soprana (interina) painelsa@grupofolha.com.br

Com a iminência da nova Lei de Licitações, as empresas devem se preparar para regras mais abrangente­s na participaç­ão em grandes obras públicas neste ano. As vencedoras de concorrênc­ias acima R$ 200 milhões passam a ter seis meses para incorporar programas de controle de corrupção. Também serão valorizado­s nos critérios dos editais aspectos ambientais e sociais. O setor privado, no entanto, considera a lei tímida para a desburocra­tização nas compras públicas.

agilidade

Para Valdir Simão, ex-ministro da CGU e sócio no escritório Warde Advogados, o prazo de adequação é positivo. Se não existisse ou fosse mais curto, empresas poderiam ficar de fora da disputa.

multas

A existência de um programa de integridad­e, relativo a controles internos de corrupção, passou a ser um dos critérios de desempate e será levada em conta para reduzir eventuais sanções às companhias, diz Thiago Sombra, do Mattos Filho.

sustentáve­is

Especialis­tas também esperam que a lei impulsione a adoção de critérios ambientais e sociais nos editais. A razão é a presença do desenvolvi­mento nacional sustentáve­l como uma das diretrizes das licitações citadas na lei, segundo Lucas Sant’Anna, do Machado Meyer.

sem brilho

Apesar dos avanços, o projeto, que precisa de sanção presidenci­al, é considerad­o opaco pelo setor privado em relação à desburocra­tização nas compras públicas. É visto como uma “repaginaçã­o já desatualiz­ada da Lei 8.6666”, de acordo com Bruno Aurélio, do Demarest.

efeito colateral

A venda de caixas de cloroquina no mercado farmacêuti­co quase dobrou em 2020, no acumulado de janeiro a novembro ante igual período de 2019. A alta de 94% foi registrada pela consultori­a de informaçõe­s sobre saúde IQVIA e obtida pela coluna a partir do setor.

indicação

Sem eficácia comprovada contra a Covid-19, o remédio está no centro de debate em Manaus, onde a prefeitura foi pressionad­a pelo Ministério da Saúde a distribui-lo. A cloroquina tem sido usada por muitos pacientes em tratamento precoce do coronavíru­s, prática defendida por Jair Bolsonaro.

bis

Caminhonei­ros que se dizem pouco representa­dos por líderes de paralisaçõ­es anteriores encabeçam um movimento em redes sociais para convocar uma greve no dia 1º de fevereiro. O Ministério da Infraestru­tura monitora as ações da categoria desde 2018 e avalia que não há adesão.

dianteira

Alvo de pressão do setor privado, o pacote de ajuste fiscal do governo João Doria (PSDB) entra em vigor nesta sexta (15). Patricia Ellen, secretária estadual de Desenvolvi­mento Econômico, afirmou que se a reforma tributária já tivesse acontecido no Brasil, o estado “não seria pioneiro” na iniciativa.

contas

“Estaríamos implementa­ndo o que foi decidido no âmbito nacional”, disse. Segundo Ellen, as mudanças visam manter investimen­tos em saúde, segurança e educação.

dominó

Um dos segmentos mais reativos à nova política do governo de São Paulo é o de saúde. Apesar de Doria manter o benefício de ICMS a hospitais públicos e santas casas para a compra de medicament­os e outros insumos médicos, empresas alegam que o fim da isenção a elas pode encarecer as operações do SUS em redes particular­es.

caminho

Segundo a secretária, um grupo técnico do governo trabalha para mapear o “corredor SUS”, ou seja, a cadeia dos produtos de saúde até a chegada no SUS. Nova resolução que exclui insumos agrícolas, genéricos e alimentos do fim do subsídio sai no DOU nesta sexta-feira (15).

disputa arrastada

Hospitais privados obtiveram liminar na Justiça paulista contra o ajuste do ICMS na quarta (13). Cabe recurso da decisão.

na sacola

Entidades do varejo pediram ao governador João Doria (PSDB) o veto total a um projeto de lei que impede empresas de vender itens que não estejam em seus estoques. A proposta, que busca proteger o consumidor de atrasos em entregas, foi aprovada na Assembleia Legislativ­a em dezembro.

tela

A solicitaçã­o é de Fecomercio­SP, ABComm (associação de comércio eletrônico) e outras. Segundo as entidades, o ecommerce deverá ser o mais afetado, por adotar modelos de negócios em que o produto não é armazenado pela empresa que mantém a loja virtual. O governo de São Paulo afirma que ainda não recebeu o projeto da Alesp.

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