Indústria diz que não quer incentivos, e sim competitividade
O setor automotivo não deseja incentivos, mas, sim, competitividade, afirmou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea (associação das montadoras), na quarta-feira (13).
Quando lhe foi perguntado sobre as críticas feitas à Ford pelo presidente Jair Bolsonaro, que acusou a montadora de não dizer a verdade e de querer receber benefícios, Moraes afirmou que há visões erradas dos números.
Segundo ele, as isenções tributárias ajudaram as áreas de pesquisa e desenvolvimento e deram resultados, como a redução média de 12% do consumo de combustível proporcionada pelos avanços durante o programa Inovar-Auto, que chegou a ser questionado pela OMC (Organização Mundial do Comércio).
“O dinheiro foi usado e deu resultado, consumimos menos petróleo, e houve uma contribuição para o ambiente. O benefício vai para o consumidor”, disse Moraes.
Bolsonaro afirmou na terça (12) que faltou à Ford “dizer a verdade” sobre o que motivou sua saída do Brasil e que a empresa queria a continuidade de benefícios fiscais no país.
“Mas o que a Ford quer? Faltou à Ford dizer a verdade, querem subsídios. Vocês querem que continue dando R$ 20 bilhões para eles como fizeram nos últimos anos —dinheiro de vocês, impostos de vocês— para fabricar carros aqui? Não, perdeu a concorrência, lamento.”
O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou estar surpreso com a decisão da montadora e disse que a empresa “ganhou bastante dinheiro” no Brasil e que ela poderia ter retardado a saída do país.
“Não é uma notícia boa. Acho que a Ford ganhou bastante dinheiro aqui no Brasil. Acho que ela poderia ter retardado isso aí e aguardado, até porque o nosso mercado consumidor é muito maior do que outros.”