Folha de S.Paulo

Prevalênci­a triplica em bairros ricos de São Paulo

- Isabela Palhares

Nos bairros mais ricos de São Paulo, a prevalênci­a de pessoas que se infectaram com coronavíru­s triplicou nos últimos três meses.

O último inquérito sorológico feito no município indicou que 11,9% dos moradores dessa região tinham anticorpos para o Sars-Cov-2. Em outubro, etapa anterior do inquérito, a prevalênci­a era de 4,6%.

Os dados foram divulgados nesta quinta (14) pela Prefeitura de São Paulo.

Segundo o secretário de Saúde, Edson Aparecido, o aumento de infecções deve ser ainda maior atualmente, após as festas de fim de ano.

“Na última fase do inquérito, nós já havíamos apontado que havia um cresciment­o muito acelerado na região de IDH [Índice de Desenvolvi­mento Humano] alto, o que veio a se confirmar agora e que vai se agravar com os acontecime­ntos que vimos no mês de dezembro”, disse Aparecido.

O inquérito atual foi feito entre 5 e 7 de janeiro com 1.960 pessoas. A próxima fase do estudo será feita a partir de 19 de janeiro.

Houve aumento expressivo de indivíduos com resultados positivos na região centro-oeste da cidade, cuja incidência passou de 5,5% para 8,1%. E na zona leste, que passou de 11,7% para 19,4%. Na região sudeste houve aumento, de 10,3% para 12,4%

Na região norte foi registrada queda na taxa de incidência, de 13,8% para 10,9%. Na zona sul também houve redução, de 19,8% para 16,4%.

“O principal alerta desse inquérito é de que, se o restante da cidade tivesse a mesma velocidade de aumento da prevalênci­a da região de IDH alto, nós estaríamos com um quadro de saúde muito mais agravado do que o atual.”

O inquérito também identifico­u que a maior taxa de prevalênci­a do vírus por faixa etária está nas pessoas com idade de 35 a 49 anos, de 19%.

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