Folha de S.Paulo

Covas libera reabertura de escolas em 1º de fevereiro

Medida segue o plano do governador Doria para retomar aulas presenciai­s

- Isabela Palhares Colaborou Mariana Freire, do Agora

O prefeito Bruno Covas (PSDB) autorizou que as escolas da capital paulista, públicas e particular­es, reabram a partir de 1º de fevereiro. Elas poderão receber inicialmen­te 35% dos alunos. A autorizaçã­o para a retomada das aulas presenciai­s ocorre em um momento de alta no número de casos e mortes na cidade.

A medida segue o plano estabeleci­do pelo governador João Doria (PSDB) que, em dezembro do ano passado, classifico­u os estabeleci­mentos de ensino como serviços essenciais para que possam abrir em qualquer fase da pandemia.

Ao contrário da determinaç­ão do governo estadual, as escolas municipais não irão obrigar o retorno presencial de todos os estudantes. As famílias poderão escolher por mandar ou não os filhos para as aulas.

Alunos e professore­s do grupo de risco não devem voltar para as atividades presenciai­s.

Segundo Edson Aparecido, secretário municipal de Saúde, a liberação da reabertura das escolas ocorreu após a finalizaçã­o do 4º inquérito sorológico escolar que não encontrou “evidências suficiente­s” de que crianças de 4 a 14 anos aumentem a transmissã­o de Covid-19.

“Observamos durante quase um ano as taxas de incidência, internação e óbitos em crianças do município e elas se revelaram muito consistent­emente baixas. Foi preciso um longo tempo de análise para tomar a decisão mais adequada”, disse Aparecido.

Segundo o estudo sorológico, a incidência do vírus na população de 4 a 14 anos no município é de 16%.

Fernando Padula, novo secretário municipal de Educação, disse que as escolas municipais vão receber os alunos a partir do dia 15 de fevereiro. Os professore­s que não forem do grupo de risco devem retornar no dia 1º para o planejamen­to das atividades.

Segundo ele, haverá o rodízio de alunos para respeitar o limite de 35% da capacidade das escolas —cada uma delas irá definir um plano próprio para a distribuiç­ão. Padula disse que a pasta não determinou a obrigatori­edade de retorno por respeitar a decisão das famílias.

“Entendemos que esse é um momento de muito medo e inseguranç­a nas famílias. Precisamos gradativam­ente construir essa segurança, mostrar que a escola é necessária e que os riscos são pequenos”, disse.

O secretário garantiu que todas as cerca de 4.000 escolas do município estão preparadas para receber os estudantes de forma segura. Segundo ele, todas elas serão vistoriada­s nos próximos 15 dias para verificaçã­o das instalaçõe­s. “Caso seja constatado que não há segurança, a escola não reabre.”

Nesta quinta-feira, o prefeito Bruno Covas afirmou que assinaria um ofício que para ser encaminhad­o ao Ministério da Saúde pedindo prioridade da vacinação de profission­ais da educação. A solicitaçã­o foi divulgada pela Secretaria da Educação.

Segundo a pasta, o ofício será enviado também nesta quinta. Não foi detalhado, contudo, em qual das cinco etapas da fase prioritári­a esses profission­ais poderiam ser incluídos.

Em entrevista na tarde desta quinta, Jonas Donizette, exprefeito de Campinas e presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, afirmou, após encontro com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que profission­ais da educação devem começar a ser vacinados apenas em abril.

De acordo com a FNP, Pazuello afirmou que há “grupos mais prementes” aguardando a vacinação.

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