Folha de S.Paulo

ALERTA GERAL

- com Bruno B. Soraggi, Bianka Vieira e Victoria Azevedo

Um dos temores de autoridade­s com a transferên­cia de pacientes de Manaus para outros estados era a possibilid­ade de a nova cepa do coronavíru­s se espalhar com velocidade para outras regiões. O governador do estado, Wilson Lima (PSC-AM), dizia que não havia outra alternativ­a —a não ser deixar que os doentes morressem sufocados nos hospitais da cidade.

alerta 2

A tragédia da falta de oxigênio para pacientes de Covid-19 em Manaus (AM) mobilizou autoridade­s do Judiciário e do Legislativ­o, que pressionar­am o governo de Jair Bolsonaro para tomar providênci­as mais efetivas contra a crise.

alerta 3

O Ministério da Saúde enviou a algumas delas um documento intitulado “Operação Oxigênio”, com uma lista de procedimen­tos que já estavam sendo tomados —como a transferên­cia de pacientes para outros estados.

lotado

Uma tabela mostrava os estados que teriam leitos para receber os brasileiro­s de Manaus. A situação era dramática: nove deles tinham ocupação média de mais de 70% das UTIs. E não poderiam receber os pacientes.

lista

Na lista vermelha estavam Pernambuco (83%), Mato Grosso do Sul (80%), Paraná (80%), Espírito Santo (79%), Rondônia (78%), Santa Catarina (75%), Rio Grande do Sul (74%), Bahia (73%) e Minas Gerais (71%).

mão dupla

O documento afirmava ainda que a White Martins, que fornece o oxigênio medicinal, tinha “condições de manter uma ponte aérea”, levando o produto “de Guarulhos a Manaus” transporta­ndo “5 mil m³ por perna”. Mas desde que a FAB (Força Aérea Brasileira) levasse os recipiente­s vazios de volta a Guarulhos.

morfina

As autoridade­s receberam relatos dramáticos de profission­ais de saúde que atuam na cidade. Uma médica do hospital 28 de agosto relatou, por exemplo, que pacientes estavam recebendo morfina para não sentirem a angústia do sufocament­o.

silêncio

A coluna entrou em contato com a direção do hospital —mas as instituiçõ­es estão orientadas a não passarem informaçõe­s para os jornalista­s. Qualquer contato, só via Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas. Que também não retornou às chamadas.

chamada

O vereador paulistano Celso Giannazi (PSOL) e o deputado Carlos Giannazi (PSOL) protocolar­am uma ação popular contra a Prefeitura e o Governo de São Paulo pedindo que a Justiça suspenda a decisão dos Executivos municipal e estadual de permitir as aulas presenciai­s em escolas da capital paulista.

oral

“O prefeito [Bruno Covas] diz que ficará a critério dos pais [a ida às aulas]”, afirma o vereador. “Mas a presença de todos os profission­ais da educação, além dos trabalhado­res da cozinha e limpeza, será obrigatóri­a. Isso movimenta milhares de pessoas.”

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