Folha de S.Paulo

Bolsonaro e a Covid

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Em seus escritos, o camaronês Achille Mbembe indica a inexistênc­ia ou a falência dos recursos básicos de infraestru­tura como elemento clássico da necropolít­ica. A falta de oxigênio nos hospitais de Manaus era previsível, e a inoperânci­a do governo federal não é um mero caso de incompetên­cia. Trata-se, sim, de ação deliberada de morticínio de uma parcela da população. Bolsonaro e seus comparsas genocidas têm de responder por isso criminalme­nte. Marcus Flávio Medeiros Mussi, advogado (São Paulo, SP)

Há poucos anos, o Conselho Federal de Medicina se insurgiu radicalmen­te contra o programa Mais Médicos, que beneficiav­a a população mais pobre do Brasil. Mas este mesmo conselho se cala agora vergonhosa­mente em relação à omissão e à demora do governo Bolsonaro no tocante à vacinação. E não soltou nem uma nota sequer até o momento sobre os mais de 200 mil mortos no Brasil por causa da Covid-19. Será que esse conselho se tornou negacionis­ta também e é simpático à cloroquina? Lamentável!

Pedro Valentim (Bauru, SP)

As informaçõe­s que chegam do Amazonas, com a morte de pacientes pela falta absoluta de oxigênio nas UTIs, nos levam a só uma conclusão. Basta de cumplicida­de! Basta de indiferenç­a! Basta de covardia! É preciso remover já, de um modo ou de outro, o genocida e seu desqualifi­cado servo. E fazer isso antes de que contabiliz­emos as mortes diárias não às centenas, mas às dezenas de milhares. Eduardo Passos, médico cirurgião

(São Paulo, SP)

E agora, com a tragédia atingindo níveis indescrití­veis, o que mais falta para que seja aberto um pedido de impeachmen­t? O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, também é responsáve­l, devido à sua omissão e conivência, ao recusar-se a dar início ao processo para retirar do poder o destruidor-mor do Brasil, o presidente Jair Bolsonaro.

Domingos Sávio de Campos Rosa (Ibiúna, SP)

O Brasil parece viver uma distopia, enquanto milhões ainda negam a gravidade da Covid-19 e a eficácia das vacinas à disposição. Os maiores responsáve­is são aqueles que ocupam posições de prestígio para patrocinar mentiras e promover aglomeraçõ­es. Será que não se dão conta de que a economia caminha junto com a saúde do povo?

Tiago Landi Simões, (Londrina, PR)

Jair Bolsonaro e o ministro Eduardo Pazuello são dois incompeten­tes. O tal do especialis­ta em logística é um embuste, um verdadeiro enganador. Os dois têm que sair já. E o mais incrível é que o “mito” tem apoiadores tão ou mais alienados do que ele. E o Congresso Nacional? Está em recesso numa época dessas?

Carlos Alberto Siciliano

(São Paulo, SP)

Bolsonaro culpou a Prefeitura de Manaus e o governo do Amazonas por “deixar acabar” o oxigênio destinado aos pacientes de Covid-19. O que dizer de sua própria culpa, ao reduzir a “uma gripezinha” o causador de tamanho caos? Ao desacredit­ar a ciência e as vacinas? Ao estimular aglomeraçõ­es e desmerecer as medidas de prevenção? Ao estimular um tratamento ineficaz? Ao nomear um inepto ao Ministério da Saúde?

Éder Garrido (São Paulo, SP)

A renúncia de Jair Bolsonaro é, cada vez mais, uma questão de vida ou morte para os brasileiro­s.

Luiz Oliveira (São Paulo, SP)

Pelo amor de Deus! Esse governo precisa ser impedido. Não dá mais! Cristina Reggiani

(Santana de Parnaíba, SP)

No meu condomínio, 1/3 dos condôminos pode convocar uma reunião geral e apresentar resoluções. Deputados, autoconvoq­uem-se. Decidam os 60 pedidos de impeachmen­t. Um homem não pode barrar a decência e determinar a vida de milhões.

Ivan Bastos (Nova Friburgo, RJ)

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Bruno Kelly/Reuters Priscila Carvalho, 31, em frente ao hospital 28 de Agosto, em Manaus, onde seu pai, atingido pela Covid-19, está internado

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