Folha de S.Paulo

Governo de SP coloca Marília na fase vermelha e sete regiões na laranja

- Aline Mazzo

são paulo Diante da alta de casos, internaçõe­s e mortes por Covid-19 no estado, o Centro de Contingênc­ia do Coronavíru­s colocou a região de Marília na fase vermelha e regrediu outras sete áreas para a laranja (segunda mais restritiva) do Plano São Paulo.

As regiões Araçatacub­a, Bauru, Franca, Piracicaba, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Taubaté terão a quarentena intensific­ada, limitando o funcioname­nto dos setores por dez horas diárias, com fechamento às 22h. Em Marília, somente atividades essenciais poderão funcionar.

A nova classifica­ção passa a valer a partir da próxima segunda-feira (18). O anúncio foi feito em entrevista a jornalista­s na tarde desta sexta-feira (15), no Palácio dos Bandeirant­es, no Morumbi, na zona sul de São Paulo.

As regiões de Presidente Prudente, Sorocaba e Registro seguem na fase laranja, em que estão desde o último dia 7, quando houve alteração nos parâmetros do Plano São Paulo.

Assim, o estado ficará com 2% da população na fase vermelha, 31% na laranja e 67% na amarela. A reclassifi­cação das fases estava programa para 5 de fevereiro, mas foi antecipada em três semanas em razão da aceleração da contaminaç­ão da população e da ocupação de leitos.

O estado alcançou a maior média diária de novos casos desde o início da pandemia nesta semana, com 10.889 registros. Antes disso, o pico havia sido na segunda semana de agosto, com média de 10.828 casos.

O secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchtey­n, ainda destacou que a última semana teve 10% no aumento de internaçõe­s hospitalar­es em São Paulo. Atualmente, o estado tem 67,5% de ocupação dos leitos de UTI para Covid-19. Na Grande SP, essa taxa chega a 69% —a um ponto percentual do limite para regressão à fase laranja.

De olho na alta de casos, o governo do estado colocou em alerta 43 cidades que, independen­temente da classifica­ção de suas regiões no Plano São Paulo, estão com ocupação de leitos de UTI para Covid-19 acima de 80% —oito estão na Grande São Paulo.

A recomendaç­ão, segundo o secretário de Desenvolvi­mento Regional, Marco Vinholi, é que esses municípi

os adotem restrição de atividades não essenciais, como previsto na fase vermelha do plano, para tentar reduzir a ocupação da rede hospitalar.

Vinholi ainda anunciou que serão criados mais 186 leitos de UTI em hospitais públicos e filantrópi­cos nas regiões de fases vermelha e laranja —sendo 25 na área de Marília.

O centro de contingênc­ia também fez a recomendaç­ão para que haja o limite máximo de 25 pessoas em reuniões em locais fechados, com distanciam­ento de 1,5 m entre elas.

O governo do estado anunciou que começa a entregar, na segunda, ao Ministério da Saúde doses da Coronavac, desenvolvi­das pela farmacêuti­ca Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

Cerca de 4,5 milhões de doses prontas para aplicação serão encaminhad­as para um centro de distribuiç­ão e logística do Ministério da Saúde, no terminal de cargas do Aeroporto Internacio­nal de Guarulhos.

Outras 1,5 milhão de doses ficarão no estado de São Paulo, para utilização já no início da vacinação, previsto pelo governo federal para começar no próximo dia 20. Segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, as cotas destinadas pelo governo federal para cada estado devem ser definidas a tarde desta sexta.

“Se tivermos a possibilid­ade de um início precoce [da vacinação], não perderemos tempo, não perderemos vidas. Começamos a proteger aos que estão no front, atendendo mais e mais pessoas doentes. Precisamos protegê-los para que não adoeçam. Não posso perder médico, motorista de ambulância. Não podemos perder ninguém”, disse Gorinchtey­n.

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