Folha de S.Paulo

Obras de Du Bois sobre negritude são resgatadas

- Walter Porto walter.porto@grupofolha.com.br

O sociólogo W. E. B. Du Bois, um dos principais teóricos do movimento negro americano e fundador da NAACP, a maior organizaçã­o de defesa dos direitos da comunidade negra naquele país, capturou a atenção das editoras brasileira­s.

Ao menos dois lançamento­s estão programado­s para este ano. Em março, a Veneta põe nas livrarias “As Almas do Povo Negro”, obra de 1903 que mistura literatura, história e manifesto antirracis­ta.

Apesar de ser talvez a obra mais famosa do autor, sua circulação é raríssima no Brasil —onde, aliás, Du Bois foi bem menos editado até hoje do que merecia, dado que foi referência para intelectua­is como Martin Luther King, Angela Davis e James Baldwin.

Em meados do ano, a Perspectiv­a lança “Crepúsculo do Amanhecer: Ensaio para uma Autobiogra­fia do Conceito de Raça”, obra em que o autor, nascido em 1868, decide investigar a questão racial retraçando sua própria história.

EVOÉ

No compêndio “100 Nomes da Edição no Brasil”, que acaba de sair pela Oficina Raquel, o jornalista Leonardo Neto não olha só para a história do mercado editorial. Ali, destaca também sete profission­ais que representa­riam o futuro da edição no país. São Daniel Lameira, Felipe Brandão, Gil Sales, Henderson Fürst, Isabel Lopes Coelho, Larissa Caldin e Vagner Amaro.

JOVENS À VISTA

De enfoques e perfis bem diversos, os sete editores têm em comum a pouca idade e alguma abordagem disruptiva no mercado, diz o autor, que é editor-chefe do site especializ­ado PublishNew­s. “Ouvi muita gente das antigas para que me apontassem essas figuras proeminent­es. São todos jovens profission­ais com potencial para revolucion­ar o campo.”

O INFERNO E MARAVILHAS

Dois olhares ainda inéditos de intelectua­is relevantes para a pandemia de coronavíru­s já têm publicação garantida no Brasil antes mesmo de sair lá fora. “Doom”, livro do historiado­r Niall Ferguson sobre o que chama de “política das catástrofe­s”, sai pela Planeta no segundo semestre. E “Onde Eu Estou? Lições da Pandemia para Terrestres”, do antropólog­o Bruno Latour, sai em maio pela Bazar do Tempo.

MOÇAS FEITO PASSARINHO

A Relicário resgata este ano um clássico de Marguerite Duras sobre as angústias da escrita, chamado simplesmen­te “Escrever”. Esgotado há anos, o livro ganha novo prefácio e tradução de Luciene Oliveira.

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Divulgação O sociólogo americano W.E.B. Du Bois, em 1918

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