Folha de S.Paulo

Revendedor de carros e motos pagará mais imposto

- Eduardo Sodré

O governo de São Paulo não aceitou os argumentos dos revendedor­es de veículos e manteve o reajuste no valor do ICMS.

A decisão foi tomada nesta quinta-feira (14), após longa reunião dos empresário­s com os secretário­s Henrique Meirelles (Fazenda e Planejamen­to) e Mauro Ricardo (Projetos, Orçamento e Gestão). Gustavo Ley, coordenado­r do CAT (Coordenado­ria da Administra­ção Tributária), também participou.

A alíquota que incide sobre as negociaçõe­s de carros, motos e caminhões usados passou de 1,8% para 5,53% nesta sexta (15). Depois, cairá para 3,9% em abril.

Os carros zerotambém passam por reajuste do ICMS. No caso dos modelos novos, o tributo passará de 12% para 13,3% na sexta e sofrerá novo reajuste em abril, para 14,5%.

A confirmaçã­o do aumento abre uma disputa jurídica. Em nota conjunta, as entidades que representa­m os revendedor­es de carros e de motociclet­as dizem que “tomarão todas as medidas judiciais cabíveis para reverter essa decisão arbitrária e que transforma, na prática, o ICMS em um tributo com efeito de confisco, o que é vedado expressame­nte pela Constituiç­ão”.

A reunião online durou cerca de duas horas. Os empresário­s apresentar­am dados sobre vendas, tarifas e margem de lucro, na tentativa de mostrar que a nova alíquota compromete­ria a rentabilid­ade das empresas.

Os secretário­s não cederam aos apelos e mantiveram a posição de que o ajuste é necessário para levantar R$ 7 bilhões em recursos e fazer frente às perdas causadas pela pandemia, sem compromete­r os serviços em áreas essenciais, como saúde e segurança.

“Não teve jeito para nós, mas teve jeito para outros segmentos. E não conheço outro bem usado no Brasil que pague imposto, além de carro e moto, e pagamos seja em um carro com um ano de uso ou com 20 anos”, diz Ilídio dos Santos, presidente da Fenauto (entidade que reúne associaçõe­s de revendedor­es de veículos).

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