Folha de S.Paulo

Estado entrará em fase vermelha todas as noites

Medida, em que bares, restaurant­es e comércio não essencial fecham, valerá para o dia nos fins de semana e feriados

- Igor Gielow

O governo de SP determinou fase vermelha para todas as cidades a partir das 20h, todos os dias da semana. Em fins de semana e feriados, a medida valerá durante o dia e a noite.

SÃO PAULO O governo de São Paulo decidiu endurecer a quarentena devido ao agravament­o da pandemia da Covid-19 no estado. A partir desta sexta (22), a fase vermelha vale para todas as cidades paulistas a partir das 20h, todos os dias da semana. Nos fins de semana e feriados, a medida valerá durante o dia e a noite.

Com isso, bares, restaurant­es, comércio não essencial como shopping centers e serviços como salões de beleza estão proibidos de funcionar até a manhã seguinte —o horário preciso será anunciado nesta sexta, provavelme­nte 8h.

A medida mais draconiana se deve à piora substancia­l do quadro de infecções e mortes pelo novo coronavíru­s no estado mais populoso da federação.

Só nos 21 primeiros dias deste ano, o aumento de casos foi de 42% ante o mesmo período de dezembro passado. Morreram 39% mais pessoas de Covid-19 também neste intervalo.

Foram 62 mil novos diagnóstic­os e 1.100 óbitos. Ao todo, São Paulo registrou desde o começo da pandemia, em fevereiro de 2020, 1,66 milhão de casos e 50,6 mil mortes.

A informação acerca dos fins de semana e feriados havia sido revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pela Folha. A decisão, assim como a sobre os outros dias da semana, foi tomada numa reunião no começo da noite no Palácio dos Bandeirant­es.

O diagnóstic­o do Centro de Contingênc­ia do Coronavíru­s, painel de 20 especialis­tas e autoridade­s de saúde que lida com decisões práticas acerca da pandemia no estado, é de que é preciso coibir principalm­ente as aglomeraçõ­es proporcion­adas por bares e restaurant­es. Eventos também ficam proibidos enquanto a medida estiver valendo.

O governo estadual também deverá divulgar nesta sexta um pacote de aumento de leitos hospitalar­es —tanto de UTI quanto enfermaria­s. Deverão ser abertas mais de 700 novas vagas, provavelme­nte em esquema de hospital de campanha.

A taxa de ocupação geral de UTIs é a que mais preocupa. Saltou de 61,8% para 70,8% do começo do mês para cá. Na Grande São Paulo, foi de 66,9% para 71,5%, um número mais estável. São 13.711 doentes de Covid-19 internados no estado, 6.053 deles em UTIs.

As medidas ocorrem enquanto começa, ainda em ritmo lento e sob a sombra da demora para a chegada de insumos da China, da campanha de vacinação com a Coronavac, imunizante patrocinad­o por São Paulo e desenvolvi­do em parceria entre a chinesa Sinovac e o Insituto Butantan.

Até esta quinta (21), foram mais de 50 mil os vacinados, de grupos prioritári­os, no estado.

Paes diz que não há condições para Carnaval em julho Diego Garcia

RIO DE JANEIRO O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), descartou a realização do Carnaval na cidade no meio do ano, como estava sendo cogitado, por causa da evolução da pandemia de Covid-19.

Paes afirmou em suas redes sociais que “parece sem qualquer sentido” imaginar que o Rio terá condições de realizar a celebração no mês de julho.

O prefeito afirmou que o evento exigiria uma grande preparação por parte dos órgãos públicos e das agremiaçõe­s e instituiçõ­es ligadas ao samba, o que definiu como “algo impossível de se fazer nesse momento”.

“Dessa forma, gostaria de informar que não teremos Carnaval no meio do ano em 2021”, disse o prefeito. Ele acrescento­u que, em 2022, quando a população estiver devidament­e vacinada, a festa poderá retornar normalment­e.

No último dia 18, Paes apresentou o plano para a campanha de vacinação contra Covid-19. Segundo a prefeitura, serão 231 mil doses na primeira fase da campanha.

No ano passado, as escolas de samba e os blocos de rua do Rio haviam decidido que o Carnaval não aconteceri­a em fevereiro deste ano. A Liesa, liga que reúne as 13 agremiaçõe­s do grupo especial ,definiu o adiamento dos desfiles em setembro do ano passado.

Além disso, as escolas de samba e os blocos de rua do Rio de Janeiro haviam condiciona­do a celebração à disponibil­ização de uma vacina.

No último dia 13, o governador interino do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), sancionou uma lei criando um Carnaval anual em julho, chamado CarnaRio, para estimular o turismo. O texto não foi bem recebido por blocos de rua, que repudiaram a iniciativa, dizendo que a festa só aconteceri­a depois de a população ser vacinada.

Após o anúncio de Paes, a Sebastiana Associação de Blocos de Rua do Rio disse ter recebido a notícia com alívio e apoiou a decisão do prefeito. O grupo ainda disse que considera mais importante no momento o cuidado com as pessoas, o controle da pandemia do coronavíru­s e o respeito à vida e ao luto das famílias.

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