Variantes fazem Europa criar zona de atenção e restringir viagens
“A situação de saúde na União Europeia é muito séria” e exige “extrema vigilância”, afirmou no noite desta quinta (21) a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Por causa da ameaça de novas variantes mais contagiosas, o bloco criou uma nova classificação de segurança, a “zona vermelhoescura”, para indicar locais em que há alta circulação de vírus.
No Reino Unido, por exemplo, onde uma dessas variantes foi detectada em 2020, ela já se tornou predominante e vem sendo apontada como uma das causas de aumento persistente das infecções.
A Comissão não detalhou os parâmetros para que uma área seja classificada como vermelho-escura. Hoje, o ECDC (centro da UE para controle de doenças) aplica o rótulo vermelho aos países com mais de 150 novos casos semanais por 100 mil habitantes ou para os que têm mais de 50 novos casos por semana com taxa de testes positivos acima de 4%.
No mapa publicado nesta quinta, praticamente todos os países do bloco, com exceção de Grécia, Finlândia e Suécia, estavam nessa categoria.
As fronteiras internas e externas do bloco continuarão abertas, mas viagens não essenciais serão fortemente desaconselhadas. Passageiros de países de fora da UE ou da zona Schengen precisarão fazer testes para comprovar que não estão infectados antes de embarcar, e viajantes das zonas vermelho-escuras precisarão fazer testes e quarentena.
A presidente da Comissão afirmou porém que a UE ainda está despreparada para rastrear as novas variantes: só 2 dos 27 membros conseguem sequenciar cerca de 10% dos testes positivos. Na média o bloco sequencia apenas 1% dos casos, o que é insuficiente para detectar as mutações. Von der Leyen disse que haverá investimento para elevar essa média para ao menos 5%.
Outro tema discutido pelo Conselho Europeu foi o da vacinação, que tem sofrido atrasos em vários países do bloco. Segundo o presidente do Conselho, Charles Michel, os países concordaram que certificados de vacinação não devem, por enquanto, ser usados para facilitar viagens.
A Holanda anunciou que, a partir deste sábado (23), vai proibir voos do Reino Unido, da África do Sul e da América do Sul e estabeleceu dois testes obrigatórios: um PCR 72 horas antes do embarque e um do tipo rápido na chegada.
A pressão para a adoção de medidas mais fortes de contenção vem crescendo na Europa. Na terça, a Alemanha ampliou até 14 de fevereiro o confinamento que terminaria em 31 de janeiro, incluindo o fechamento de escolas.